Você sabe a importância dos tipos de ordem de produção no PCP?


Atualizado em 4/07/24 - Escrito por Celso Monteiro na(s) categoria(s): Produção

Chão de fábrica

A execução dos processos de fabricação na indústria é executada por meio de Ordem de Produção, um documento que possibilita a organização do processo produtivo, facilitando programações, reposições e a apuração de custos.

Além de ser fundamental na hora de ajudar o gestor a enxergar as necessidades de compras, esse registro faz muita diferença na previsão de entrega dos pedidos.

É comum encontrarmos empresários confusos em relação aos tipos de Ordem de Produção. Apesar de simples, o assunto costuma levantar questões quanto a aplicabilidade na prática e os benefícios que podem ser atingidos. Principalmente na hora em que o gerente procura no mercado um software capaz de supri-lo.

Várias indústrias possuem “fábricas distintas” dentro de um único galpão. Se você precisa aprender mais sobre a essência da Ordem de Produção (OP) e suas formas de categorização, este artigo é para você. Vamos lá?

O que é Ordem de Produção (OP)?

A Ordem de Produção é um documento que reúne as especificações de um item a ser produzido e ela dispara seu processo de fabricação. Informações como matérias-primas que serão utilizadas, prazo e quantidade devem estar presentes na OP, favorecendo, assim o planejamento e o controle da produção industrial, a movimentação de materiais no estoque e os processos de compras.

De uma maneira resumida, dependendo da ferramenta utilizada, a ordem de produção tem um ciclo de vida:

  1. a OP nasce planejada pelo plano de produção ou MRP. Nesse momento, todos os materiais necessários para a produção são calculados e denominados empenhos planejados;
  2. como o plano de produção e o MRP são calculados por um software de gestão ERP Industrial, em geral uma pessoa precisa confirmar as ordens de produção planejadas, passando-as para o status ordem confirmada. Nesse momento os empenhos também são confirmados;
  3. após a confirmação, a OP precisa ser liberada para aí sim começar a ser trabalhada na fábrica. Em geral essa liberação é necessária devido a uma demanda de conferências de documentos, materiais etc. antes do início da produção. Quando uma OP é liberada, seus empenhos também são liberados;
  4. a primeira ação em uma ordem liberada é a requisição dos materiais para sua fabricação o que torna a OP requisitada;
  5. eventualmente, a OP pode ter apenas parte dos materiais requisitados e por isso ela se torna parcialmente requisitada.
  6. após a sua conclusão ela passa para o status de encerrada, os materiais consumidos são apropriados pela produção e o produto fabricado abastece o almoxarifado de produtos acabados;
  7. em algum momento acima, caso haja alguma mudança de planos, a OP poderá ser cancelada.

Como aplicar a modelagem de tipos de ordem de produção?

Para facilitar a compreensão sobre a aplicabilidade dessa ferramenta, vamos criar um exemplo. Imagine uma empresa de fabricação de cadeiras e considere que o chão de fábrica e a localização de maquinário se divide entre: manufatura da estrutura (marcenaria e/ou serralheria), estofado e montagem.

A utilização de tipo de ordem não é obrigatória para o controle de fabricação. Porém, é inegável que ela traz um nível de organização de informações que dificilmente seria alcançado caso a empresa não utilizasse tal distinção.

A única ressalva é que os produtos, fabricados em cada “célula” da fábrica, sejam produtos distintos no sistema, com código, roteiro e que possam ser produzidos unicamente nessa célula.

Para isso, o roteiro e a lista de materiais do produto acabado precisam ser configurados apenas com componentes e operações que sejam referentes a cada célula.

Para formar uma cadeira, é preciso que iniciar a fabricação do assento e da estrutura metálica, que, ao final, se juntarão e formarão o produto acabado.

Contudo, até que esses dois semiacabados sejam utilizados para a montagem da cadeira, eles serão dois produtos distintos, com roteiro e lista de materiais distintas para cada um.

Caso a empresa opte por modelar a estrutura da cadeira sem identificar os semiacabados assento e estrutura metálica, o tipo de ordem não poderá ser utilizado, já que não conseguiremos distinguir semiacabados únicos para cada “célula” da fábrica.

Quais as vantagens com a implementação dos tipos de ordens de produção?

O conceito de tipos de ordens de produção confere uma série de benefícios para a indústria que o utiliza, como poderemos ver a seguir.

Processos mais organizados para atender às diferentes demandas

Indústrias que trabalham com os mais diferentes ambientes de produção precisam prezar pela organização constantemente. A desordem tomará conta do lugar ao primeiro descuido com relação ao atendimento da demanda, seja ela composta somente por pedidos firmes (produção sob encomenda) ou pedidos previstos.

O impacto da desorganização no atendimento da demanda não atinge só os funcionários que não conseguem cumprir com suas metas, mas também os clientes que muitas vezes acabam ficando sem o produto no prazo que precisava.

Ao organizar as ordens de produção por tipos de acordo com as características que forem relevantes para a sua indústria, o atendimento à demanda será feito por meio de processos mais organizados. A consequência disso é que os diferentes tipos de clientes ficarão satisfeitos.

Layouts de documentos diferentes para cada tipo de ordem de produção

A configuração de layouts do documento da OP diferenciados pelo tipo é uma possibilidade muito interessante quando existem informações e imagens que precisam ser destacadas de acordo com cada item que deverá ser produzido.

Ainda seguindo com o exemplo da cadeira, as informações referentes à manufatura da estrutura metálica são totalmente distintas daquelas utilizadas pelo setor de estofamento para produzir o assento da cadeira.

Por isso, para possibilitar a organização de informações de forma objetiva para cada documento de ordem emitido, pode-se determinar layouts únicos para cada tipo de ordem.

Caso o tipo de ordem não seja levado em conta, a empresa teria um documento único com o mesmo “desenho” e informações para todos os produtos, tanto para a montagem da cadeira, quanto para a produção da estrutura e o seu estofado.

Gestão de insumos para a ordem de produção

Em um procedimento padrão, a Ordem de Produção lista todos os insumos ou empenhos requeridos para a fabricação de um produto e aciona o estoque para efetuar a requisição dos materiais. É possível que o colaborador responsável por revisar a quantidade de peças note a necessidade de novas demandas.

Se, por exemplo, o número de estofados e estrutura metálica para as cadeiras estiver abaixo do necessário, duas novas OPs deverão ser abertas, cada uma responsável por iniciar a manufatura de uma dessas peças em falta.

As matérias-primas que precisam ser compradas também passam a serem observadas com mais facilidade. No exemplo das cadeiras, grampos e tampos que compõem o produto final não poderiam ficar de fora.

Sendo assim, a OP organizada por diferentes tipos é essencial para a preparação completa de tudo o que é necessário para que a manufatura seja iniciada e finalizada de forma excelente, não se responsabilizando apenas pelo desempenho da mão de obra e controle da qualidade.

Codificação de ordem de produção diferenciada

Ao emitir uma Ordem de Produção, é preciso batizá-la com um código único. O mais comum entre as corporações é o uso de uma codificação estruturada com um prefixo e um sufixo (OP 001, OP 002, etc).

Com a utilização do tipo de ordem conseguimos estruturar um código personalizado para cada um, utilizando um prefixo e um sufixo com numeração sequencial para cada ordem.

Na fábrica de cadeiras, temos:

  • Ordem de Estrutura (OE);
  • Ordem de Montagem (OM);
  • Ordem de Assento (OA).

Dessa forma, ao criar a primeira Ordem de Estrutura, a sua codificação seria OE 001. Já a primeira ordem de Montagem seria a OM 001. Na medida em que novas ordens são criadas, o código é montado com o prefixo do tipo de ordem seguido do número sequencial. Com isso, visualmente apenas pelo código da ordem de produção a equipe da indústria já saberá para qual área da fábrica ela deverá ser direcionada.

Melhores relatórios de produção

Toda essa organização propicia a geração de relatórios categorizados. Análises de materiais consumidos, alocação de maquinário, produtividade e programação de produção podem ser feitos separadamente por cada célula, representada pelo seu tipo de ordem.

Caso essa modelagem não fosse assumida, a empresa teria mais dificuldade em organizar suas informações e a identificação por células teria que ser feita de forma manual. Isso naturalmente ainda incorre em possíveis erros de classificação, caso a relação do setor seja feita para um produto que não é fabricado naquela célula de montagem.

Por que automatizar a Ordem de Produção?

A otimização das OPs por meio da informatização é a solução para quem deseja explorar ao máximo a capacidade da própria indústria. Para isso, a empresa deve adquirir uma solução automatizada capaz não apenas de programar as OPs, mas também gerir as receitas a serem produzidas

O monitoramento em tempo real daquilo que é fabricado ressalta como uma característica importante que só é possível ser feita com excelência por meio de um software bem desenhado. Assim, os ganhos propiciados pelos tipos de ordem serão maximizados e possibilitarão um melhor uso das matérias-primas disponíveis.

Quando uma empresa implementa um Sistema de Gestão Empresarial, ou ERP Industrial apropriado, a Ordem de Produção é gerada a partir dos pedidos de venda ou da combinação de previsão de vendas,  planos de produção e MRP. Isso faz com que a organização ganhe ainda mais com a padronização dos procedimentos, calculando a montagem com exatidão.

Outro ponto importante para a escolha de uma ferramenta computadorizada é a capacidade de integração entre todos os setores da empresa em um único ambiente onde é possível trabalhar com informações centralizadas e acessíveis para todos.

A não obrigação de ter que consultar outras bases de dados ou emitir um pedido de informação antes de tomar uma decisão relativa ao processo de montagem representa um ganho significante nas operações.

Com os departamentos integrados, a Ordem de Produção pode ser originada de maneira automática, já que tanto a programação da fabricação quanto os pedidos de vendas estão registrados no mesmo ambiente digital.

Assim, os pedidos de materiais ou as solicitações para compra de itens em falta já são realizadas, abrindo caminho para a emissão de nota fiscal, baixa no almoxarifado e todos os procedimentos seguintes.

Qual a importância da ordem de produção para o Bloco K?

O Bloco K é a versão digital do Livro de Controle de Produção e Estoque. Isso significa que todas as empresas precisam entregar seus relatórios de estoque e manufatura no SPED – EFD.

A sigla EFD significa Escrituração Fiscal Digital, um registro que deve ser gerado pela organização contribuinte todos os meses e enviado à Receita Federal pela internet. O novo formato de escrituração é uma opção de fácil entrega, que substitui o armazenamento de documentos impressos, otimizando a fiscalização e o acompanhamento.

Quando o assunto é falar da documentação dos processos de produção, mencionar o Bloco K é essencial, uma vez que ele foi lançado como a mais nova vertente do SPED relacionada à EFD. Este bloco do SPED Fiscal estabelece uma ponte direta entre o estoque e controle de produção, fornecendo para o Governo os dados em tempo real sobre o processo fabril, insumos e armazenamento final já escriturado.

Com a existência do Bloco K, as empresas passam a contar com uma fiscalização mais rigorosa sobre cada processo. Trata-se de uma iniciativa da Receita Federal para reduzir o índice de sonegação fiscal, um crime viola diretamente a lei N° 4.729, de 14 de julho de 1965.

Se a sua instituição não transmitir o Bloco K ou fazê-lo com erros, ela poderá ser multada, caso o procedimento de envio seja obrigatório.

Além disso, os serviços disponibilizados pela Receita Federal podem ser suspensos para a empresa, incluindo a emissão de notas fiscais eletrônicas. Confira abaixo os dados requeridos no Bloco K com relação ao PCP:

  • quantidade produzida;
  • quantidade de materiais consumidos;
  • quantidade produzida em terceiros;
  • movimentações internas de estoque não relacionadas à montagem
  • posição de estoque de todos as mercadorias acabados, semiacabadas e matérias primas;
  • lista de materiais padrão dos itens fabricados na manufatura própria e em terceiros.

Conquiste mais flexibilidade com os tipos de ordem de produção

Durante o trabalho de consultoria e implantação de um sistema de gestão industrial, é importantíssimo contar com uma ferramenta que traga flexibilidade, com configurações que facilitem os controles e processos da fábrica. A possibilidade de caracterizar tipos de ordem pode conferir mais um passo em direção ao sucesso da gestão industrial.

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Um comentário

  1. José juliano disse:

    Gostei muito

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