Atualizado em 24/07/20 - Escrito por Eduardo Moura com colaboração de Karina Gomes na(s) categoria(s): Gestão de projetos / Processos e Organização
Como já apresentado nos demais artigos escritos por mim para o Blog Industrial Nomus, o grande objetivo desses textos é pensar o gerenciamento de projetos de uma forma simples. Aos poucos, estamos caminhando no sentido de montar uma forma estruturada de pensar.
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O primeiro passo dessa caminhada deve ser, obrigatoriamente, envolver todos que direta ou indiretamente são afetados ou podem afetar o projeto.
O PMI (Project Management Institute), por meio de seu Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (PMBok), serve como base nessa caminhada. Nele podemos encontrar a seguinte definição: “As partes interessadas incluem todos os membros da equipe do projeto, assim como todas as entidades interessadas dentro ou fora da organização.”
Portanto, é importante reforçar que as partes interessadas no projeto devem abranger os clientes, fornecedores, colaboradores internos, comunidade, governo e a equipe.
Um questionamento que pode surgir neste momento da leitura é: antes de começar o projeto é necessário saber todo mundo que precisa ser envolvido? Veja:
Vale ressaltar que um projeto tem ciclos. Dessa forma, o fato de estarmos no início implica que certamente outras pessoas serão identificadas e deverão ser envolvidas até a finalização do mesmo.
Porém, também é importante termos em mente que quanto mais tarde essas partes forem identificadas, maiores são os riscos para o projeto. Por isto, a importância de realizar essa etapa logo no início.
Uma das primeiras atribuições do gerente de projetos é definir qual será sua equipe.
Nessa fase, já temos várias respostas sobre quem são as partes interessadas em um projeto. Além disso, já sabemos quem é o patrocinador (e este já definiu quem é o gerente de projetos), temos um esboço inicial de quem é nossa equipe e também sabemos quem é o cliente.
O próximo passo é reunir a equipe do projeto e focar em identificar as demais partes interessadas.
Existe um importante recurso da gestão de projetos chamado Lições Aprendidas, que é um importante banco de dados, onde podemos buscar informações relevantes de projetos antigos e entender quem deve ser envolvido.
Depois de feita uma relação inicial de quem são as partes interessadas, precisamos analisá-la sobre basicamente dois aspectos importantes: poder e interesse. De maneira simples, vamos encaixar as pessoas em quatro quadrantes distintos:
Com esse quadro, temos o entendimento de como devemos tratar cada parte interessada.
Após a identificação de todas as partes interessadas, definição da equipe do projeto, reconhecimento do cliente e dos colaboradores internos, a próxima tarefa é determinar quais são os requisitos do cliente, ou seja, o que ele espera deste projeto. Acredito que nessa fase, se possível, deve ocorrer uma conversa entre o cliente e a equipe do projeto, pois quanto mais conseguirmos eliminar os ruídos da comunicação, mais clara se torna a mensagem.
É essencial a aproximação do cliente com a equipe do projeto e que a mesma tenha consciência dos requisitos dele, porque isso traz sempre dois benefícios: agilidade na comunicação e comprometimento.
Quem nunca em sua industria participou de um projeto onde entre o cliente e quem efetivamente define o escopo do projeto, existem 3, 4 ou ate mais “atravessadores”? Quanta informação se perde e quanta comunicação é ineficiente? Por isso, é fundamental encurtar a distância e aproximar as pessoas.
Após finalizados os dois primeiros passos do projeto, devemos obrigatoriamente fazer uma celebração de início, na qual devem ser reunidos todos os envolvidos na mesma sala.
Esse é momento de comunicar a todos o que esta acontecendo, coletar mais informações, e, principalmente, celebrar. Posso dizer que esse é o principal resultado desta fase: envolver toda a equipe do projeto e buscar comprometimento.
Quem nunca ficou sabendo de um projeto depois que ele já chegou na metade? Quem nunca foi surpreendido por ser chamado às pressas para trabalhar em algo para o qual você nem sabia que estava ocorrendo? Envolva todos no inicio e comunique sobre o que está acontecendo. É isso que gera comprometimento, o que é fundamental para que qualquer projeto tenha sucesso!
Acredito pessoalmente no poder dos fluxos. Eles ajudam a criar uma imagem clara de sequência e estrutura. Segue como ficou o fluxo ao final dessa área:
Um último aspecto importante e que é necessário ser retomado é: tudo é cíclico. Não significa que ao chegar ao final da caminhada, depois de coletar os requisitos, essa parte do projeto não deva mais ser revista. Precisamos estar constantemente validando os requisitos com o cliente, revisando a equipe do projeto, as partes interessadas e reposicionando o mapeamento.
A confraternização de inicio é um momento único que ocorre sempre no início do projeto e, por isso, fica posicionada fora do ciclo.
No próximo artigo, o assunto será a definição do escopo.
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