Atualizado em 6/02/24 - Escrito por Pedro Parreiras na(s) categoria(s): Estratégia / Processos e Organização / Produção
Nossa série, Papo de Produção, tem como objetivo tratar de uma maneira eficiente as questões e assuntos relacionados a gestão das indústrias. Desta forma, um leitor do Blog Industrial Nomis entrou em contato para que tratássemos de uma dúvida. Assim, no artigo de hoje vamos tentar mostrar de maneira clara como as ferramentas de PPCP podem ajudar o leitor.
Convidamos você a também entrar em contato no caso de dúvidas no ramo de gestão industrial. Será um prazer ajudar em sua compreensão criando materiais no Papo de Produção.
Confira na íntegra o email enviado pelo leitor:
Boa noite pessoal da Nomus !!
Me chamo Matheus, sou de Itajubá-MG e recém formado em Administração.
Acompanho o blog/canal de vocês à alguns meses, sempre que posso procuro ver/ler artigos, vídeos e e-books, pois são excelentes ferramentas que ajudam os profissionais da área e estudantes a estarem sempre informados.
Gostaria se possível que vocês pudessem tirar uma dúvida minha, em relação a experiência que tive de quase 2 anos como Estagiário de PCP em uma indústria de Usinagem.
O e-mail ficará extenso, por isso nesse estarei contando minha história e no outro fazendo uma sugestão para um próximo vídeo/artigo de vocês.
Bem, ela é uma empresa que atende o mercado de transmissão e distribuição de energia, produzindo centenas de peças e componentes deste mercado (seu mix de produto é grande, passa de 1.000 produtos cadastrados), sempre produzindo por lotes/bateladas e com um arranjo físico funcional (combinação que por sinal, torna o trabalho da equipe de PCP mais complexo).
Sendo assim, algo me intrigava bastante era como programar uma produção desta maneira, já que lá particularmente um pedido dos clientes eram uma composição de várias peças, e essas peças ao final poderiam ser montadas/ soldadas para compor o produto final, então um mesmo pedido poderia ter 10 peças diferentes e cada uma com um roteiro distinto de produção, sendo que às vezes duas peças diferentes poderiam se encontrar em uma mesma operação, ou a peça com um roteiro menor de fabricação ficar pronta primeiro e aguardar um tempo considerável até que as demais ficassem prontas e o processo de montagem/soldagem pudesse ser feito.
Atrelado a isso, a equipe de PCP tinha outra dificuldade que é a falta dos tempos de fabricação e setup de máquina, a programação é feita simplesmente com base na experiência de pessoas (orçamentos também), então aproveitando esse gancho gostaria de saber também como poderia ser feito um projeto de cronoánalise de grande porte, devido ao grande mix de produtos e a grande quantidade que um mesmo produto pode ter.
Pessoal, peço desculpas pela extensão do e-mail, mas tentei resumir o máximo possível essa situação.
Ficarei muito feliz se puderem entrar em contato comigo e fazerem uma matéria a respeito.
Desde já agradeço.
Att,
Matheus
No ambiente que temos produção de peças complexas com a usinagem e posterior montagem, invariavelmente, os tempos de produção vão ser diferentes. Como programar a produção? Pode ser que você tenha peças que são consumidas em diferentes produtos acabados, nesse tipo de situação.
Acredito, que a forma mais adequada é ter um sistema de gestão da produção avançada, de preferência um ERP, que tenha recursos avançados, que tenha nativamente nele um módulo de programação avançada da produção ou programação fina da produção, conhecido como APS, ou que possa se integrar com um software de APS. Porque você vai precisar dentro desse ERP cadastrar para cada produto acabado a sua estrutura, sua lista de materiais, que chamamos de engenharia do produto, no que diz respeito aos materiais.
A engenharia duas vertentes, o lado dos materiais e o lado dos processos, que podemos chamar de receita do bolo, que é quando tenho os ingredientes do bolo, que são materiais, tenho o passo a passo de como fazer o bolo, que são os processos, que podemos chamar de roteiro da produção. Você precisa cadastrar no sistema a lista de materiais e para cada item fabricado seu respectivo roteiro de produção.
Essa integração do ERP, que necessariamente vai precisar ter recurso de MRP, que é o planejamento das necessidades de materiais. Quando gerar a necessidade de produzir um item acabado vai “explodir” a necessidade de produzir todos os itens filho. Integrando isso com a programação da produção, com um software de programação fina da produção, o sistema vai alocar na agenda de cada máquina, dessa indústria, as operações. Preferencialmente o sistema vai fazer isso programando para que as peças fiquem prontas em um momento próximo para que seja feita a montagem. E a operação de montagem só vai poder ser iniciada quando todas as peças estiverem prontas. Existem algumas indústrias com equipamento de grande porte, que é possível iniciar a montagem sem necessariamente estar com todas as peças prontas. Pelo que foi relatado no email, acredito a restrição para o início da montagem é ter todas as peças disponíveis.
O software de programação da produção ou o ERP, vai alocar todas as operações de todas essas peças dos respectivos roteiros de produção nas máquinas e, se tudo der certo, vão ficar prontas no mesmo momento. Nem sempre isso vai ser possível, pode ser que duas peças diferentes compartilhem o mesmo equipamento e que uma vai ficar pronta depois da outra. Isso pode acontecer em algumas situações, mas no momento que a peça estiver pronta conseguimos juntá-las. Assim, estamos em um ambiente de produção que vai além do PCP, o Planejamento e Controle da Produção, estamos tratando do PPCP, Planejamento Programação e Controle da Produção.
Veja também:
O ERP Industrial da Nomus nasceu no chão de fábrica, que é você coletar informações para o sistema, sendo informações de parada de máquina e processos. Conseguindo implantar um software com esse recurso na indústria, terá a cronoanálise pronta, porque os operadores vão informar o início e fim de cada operação e, consequentemente, você vai ter, ao final de cada período, todos os tempos de suas respectivas variações. Você vai ver que no início terá uma variação grande de tempo entre os diferentes processos, operados, máquinas, mas terá a cronoanálise, por ter o início e fim de cada operação. Essa é uma informação importante para fazer a programação, pela necessidade de saber os tempos das operações.
Recomendo, começar com roteiros com tempos estimados e na medida que for monitorando, fazendo os apontamentos de produção, vai ter os tempos reais. Com isso, é possível passar a definir o tempo real da experiência como sendo o tempo padrão de cada item. Com certeza, com essa quantidade de itens mencionados, não é uma tarefa simples, mas com as ferramentas corretas pode ser simplificada, facilitada.
Veja também: os principais benefícios do PCP
Caso tenha interesse, você pode também assistir uma apresentação do Nomus ERP Industrial. O sistema de gestão especializado em indústria desenvolvido pela Nomus
Participe! Deixe o seu comentário agora mesmo: