Atualizado em 15/04/25 - Escrito por Thiago Leão na(s) categoria(s): Custos e Finanças / Gestão de custos / Gestão de estoques e compras / Gestão do chão de fábrica (MES) / Logística / Marketing e vendas / Planejamento e Controle da Produção / Precificação / Precificação / Produção
Gerenciar a produção de uma indústria é uma tarefa que exige domínio técnico, tomada de decisão estratégica e capacidade de adaptação a variáveis diárias. Seja você gestor de uma grande fábrica ou proprietário de uma pequena indústria, é provável que já tenha se deparado com alguns obstáculos que impedem o pleno crescimento do seu negócio.
Neste artigo, você vai entender quais são os seis principais desafios enfrentados pelas indústrias brasileiras, por que eles surgem e como superá-los com boas práticas de gestão e ferramentas tecnológicas.
Desafio: Encontrar o equilíbrio entre excesso e falta de materiais no estoque.
Planejar corretamente as compras é essencial para garantir que os insumos estejam disponíveis no momento certo, na quantidade adequada. Quando o estoque está acima do necessário, o capital de giro fica imobilizado, os riscos de perdas aumentam e há gastos adicionais com armazenagem. Por outro lado, a falta de materiais paralisa a produção, gera atrasos nas entregas, insatisfação dos clientes e perda de competitividade.
Solução: Utilizar um sistema que integre dados de vendas, demanda, tempo de entrega dos fornecedores e capacidade produtiva. Com essas informações, é possível calcular com precisão quanto e quando comprar ou fabricar, mantendo os níveis ideais de estoque.
Desafio: Definir preços de venda de forma estratégica, evitando prejuízos ou perda de competitividade.
Muitas indústrias calculam seus preços com base em médias ou intuição, sem compreender detalhadamente seus custos. Isso pode levar tanto à subvalorização dos produtos quanto à perda de oportunidades de lucro.
Solução: Conhecer a estrutura de custos dos produtos, incluindo:
Para isso, é essencial contar com um cadastro técnico de produtos (lista de materiais e roteiro de produção), associando corretamente cada recurso ao produto final. Técnicas como custeio por absorção, custeio baseado em atividades (ABC) e lean accounting podem ser aplicadas, dependendo da maturidade e complexidade da empresa.
Desafio: Monitorar a produção em tempo real, identificar gargalos e melhorar o desempenho das equipes e máquinas.
Sem um apontamento eficiente da produção, o gestor perde visibilidade sobre o que está sendo feito, quanto tempo está levando e qual é a eficiência real da operação.
Solução: Implementar um sistema de controle de chão de fábrica (Shop Floor Control – SFC) capaz de registrar em tempo real:
Essas informações alimentam painéis de indicadores e ajudam a tomar decisões fundamentadas para aumentar a produtividade e reduzir desperdícios. O ideal é que o sistema tenha uma interface simples, adequada ao perfil dos operadores.
Desafio: Cumprir os prazos prometidos aos clientes, mesmo diante de imprevistos e limitações operacionais.
Prometer prazos realistas e cumpri-los é essencial para a reputação e fidelização dos clientes. No entanto, isso é impossível sem considerar a capacidade real da fábrica.
Solução: Utilizar ferramentas de programação da produção com capacidade finita, como os sistemas FCS (Finite Capacity Scheduling) e APS (Advanced Planning and Scheduling). Esses sistemas consideram:
Dessa forma, é possível gerar cronogramas viáveis e simular cenários, prevendo com exatidão as datas de entrega. Isso melhora o relacionamento com o cliente e reduz atrasos.
Desafio: Atender aos padrões de qualidade exigidos pelo mercado e pelos órgãos reguladores.
Qualidade não é obra do acaso, mas resultado da padronização, monitoramento e melhoria contínua dos processos.
Solução: Implementar o método SDCA (Standardize, Do, Check, Act):
Essa abordagem ajuda a garantir conformidade, reduzir retrabalho e aumentar a confiança dos clientes.
Desafio: Rastrear a origem e o destino de cada componente utilizado na fabricação.
A rastreabilidade é especialmente exigida em setores regulados, como o farmacêutico e alimentício. Mesmo em indústrias não obrigadas por lei, ela se torna uma exigência do mercado e um diferencial competitivo.
Solução: Criar um sistema de identificação de lotes, desde a entrada de matérias-primas até a expedição dos produtos finais. O processo envolve:
Com esse controle, sua empresa poderá agir com rapidez em casos de não conformidade, realizando recalls com precisão e protegendo a marca no mercado.
Reconhecer os desafios é o primeiro passo para evoluir. Mesmo indústrias bem estruturadas sempre têm espaço para melhorias. Por isso, recomendamos reunir sua equipe e definir prioridades com base em:
Comece por aquele desafio que pode trazer ganhos mais rápidos ou com menor investimento. A partir daí, siga avançando, desafio após desafio, até consolidar um modelo de gestão industrial mais eficiente, confiável e rentável.
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Engenheiro Mecânico Industrial formado na UERJ, Sócio e diretor comercial da Nomus. Thiago já atuou em fábricas de diversos setores, como: Embarcações, perfuração submarina, metal mecânica, materiais de escritório, alimentício, cosméticos e tubulação.
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