Acerte na mosca com o custeio alvo no desenvolvimento de produtos


Atualizado em 5/11/23 - Escrito por Pedro Parreiras na(s) categoria(s): Desenvolvimento de novos produtos / Engenharia de produto / Planejamento e Controle da Produção / Produção

Infelizmente, no Brasil a grande maioria das indústrias não desenvolve novos produtos a partir de um processo de design apoiado por ferramentas de gestão. Faço essa afirmação baseado na minha experiência de anos e anos em projetos de consultoria em engenharia de produção, implantação de software de gestão em indústrias e visitas comerciais a potenciais clientes.

O que mais vi foram casos de empresas que têm seus novos produtos inspirados em produtos importados, uma vez que a área de projetos das indústrias normalmente tem pessoas muito criativas, com enorme capacidade de reproduzir um modelo de maneira elogiável. Entretanto, essas equipes normalmente não se preocupam com aspectos de gestão relacionados à introdução de um novo produto na linha de produção.

Se você acha que sua indústria faz parte desse time, tenho ótimas notícias. Na verdade, não são notícias novas, mas são muito atuais e de fácil aplicação para que a sua indústria passe a lançar novos produtos que contribuam para o lucro da organização. Essas “notícias” se chamam custeio alvo, uma metodologia orientada ao mercado e que considera o ciclo de vida dos produtos.

O que é o custeio alvo?

O custo alvo permitido de um produto é determinado pelo preço de venda ideal e as margens de lucro esperadas (Cokins). No coração do custeio alvo está uma equação extremamente simples: preço de venda alvo – margem de lucro alvo = custo alvo (Cooper).

Opondo-se ao processo tradicional de design, em que uma análise econômica é feita após o refinamento das especificações, na abordagem do custeio alvo o custo máximo permitido é uma entrada para o processo de design. Ou seja, ao invés da sua indústria saber quanto vai custar o produto apenas após a conclusão de seu projeto, no custeio alvo a equipe precisa saber quanto aquele produto vai poder custar, antes mesmo de começar o projeto do produto, conforme ilustrado na figura abaixo.

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Um esquema simples para sua indústria acertar na mosca

Portanto, no custeio alvo, as duas variáveis que determinam o custo máximo permitido para o produto são: preço de venda alvo e margem de lucro alvo. O esquema ilustrado abaixo exibe os fatores que influenciam essas variáveis.

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1. Determine o preço de venda alvo

O preço alvo é influenciado primeiramente pelos clientes, que confrontam o valor proporcionado pelas funções oferecidas no produto e associam isto à fidelidade à marca. Isto significa que seus clientes estarão dispostos a pagar mais ou menos por um produto com a sua marca, já conhecida, que ofereça as funções desejadas.

Este preço também está, em parte, relacionado com os preços dos produtos similares oferecidos pela concorrência, que determina as opções do consumidor. Por fim, o preço é ainda determinado pelos objetivos de posicionamento estratégico da empresa, que pode querer ter sua marca associada a produtos caros ou baratos.

2. Saiba quanto você quer ganhar

A outra variável depende da quantidade vendida ao longo do ciclo de vida, e do retorno sobre o investimento esperado pelos donos da indústria, para se saber qual é a margem de lucro que o produto deve gerar. Com isto, a margem desejada transmite pressão para a redução do custo máximo permitido para seu time de desenvolvimento.

3. Descarte projetos de produto que não tenham o custo alvo viável

Saber quanto seu produto novo poderá custar dará à sua equipe de desenvolvimento de produtos um norte muito claro logo no início do trabalho: a partir do momento em que o custo apurado no projeto se aproximar do custo alvo, acenda a luz amarela; se o custo apurado no projeto superar o custo alvo, acenda a luz vermelha e descarte o produto.

Uma forma de melhorar aqui é utilizar a Matriz QFD.

4. Monitore os custos após o lançamento do produto com o PCP

Após lançar o produto, monitore se o consumo de recursos está conforme o projeto. Um excelente software de PCP, como, por exemplo, o Nomus ERP Industrial, irá ajudar você a monitorar em tempo real os consumos de materiais, os tempos de mão de obra direta e os tempos de máquina com precisão. Esses são os três principais grupos de recursos que você precisa medir para saber se sua equipe de projeto acertou o alvo.

Veja nesta demonstração do Nomus ERP Industrial como um software simples e poderoso poderá ajudar sua indústria a superar este e outros desafios da gestão.

Nomus ERP Industrial
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