Atualizado em 21/06/23 - Escrito por Beatriz Goulart na(s) categoria(s): Custos e Finanças / Produção
No artigo “Setor de ferramentaria: quais melhorias podem ser implementadas pela transformação digital”, você pôde conhecer mais sobre a relação da indústria ferramenteira com a transformação digital insurgente no ambiente industrial.
Para dar sequência no entendimento das camadas da indústria ferramenteira, nós convidamos novamente o Presidente da ABINFER (Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais) e Vice-Presidente da ISTMA (Associação Mundial de Ferramentarias), Christian Dihlmann, para discutirmos a apuração de custos nesta indústria, no quadro Palavra de Especialista.
Por ser um processo não seriado, a construção de um ferramental é mais complicada de ser apurada, em questão de custos.
Essa apuração dos ferramentais é muito diferente, por exemplo, da fabricação de parafusos – que são seriados. Nesta fabricação, devido à sua padronização, cada etapa pode ser calculada com muito mais facilidade. Já na construção de um ferramental, isso se complica, por ser feito sob medida e, com isso, ser raro a existência de dois ou mais iguais.
É possível ter apenas uma estimativa dos custos necessários para a montagem de um ferramental, que é feita a partir de um esboço passado pelo cliente, sendo que este pode ser alterado ao longo do tempo de produção.
Outro fator complicador é o tempo de conversão do orçamento em pedidos. Ou seja, o orçamento inicial é passado ao cliente, porém ele e sua empresa têm processos internos, que podem fazer com o orçamento seja aprovado apenas alguns meses depois. Porém, neste tempo o preço dos materiais, ou mesmo o custo da energia necessária para a construção do ferramental, por exemplo, podem ter sido afetados e crescido.
Além disso, podem existir casos das chamadas “peças mortas”, em que as peças podem ser usinadas de modo errado, receber um tratamento térmico errado, e, com isso, perde-se o bloco e é necessário comprar um novo, possivelmente em um novo preço, e recomeçar todo o processo.
Há no Brasil uma dificuldade muito grande de definição de uma metodologia de
sistematização do orçamento. As empresas acabam calculando orçamentos para uma mesma peça, com diferenças gigantescas, o que não deve ocorrer.
Christian relatou na entrevista que em um dos cursos ministrados por ele, dois grupos de empresários foram colocados para calcular os custos de uma mesma peça, um mesmo ferramental, e que houve uma diferença de quase 600% entre esses cálculos. Nessa atividade, um dos grupos chegou à conclusão de que 200 kg do ferramental custariam 50 mil reais, enquanto o outro concluiu que 1150 kg, custariam 300 mil reais.
Ou seja, é preciso haver uma metodologia coerente de cálculo, uma padronização da forma de calcular esses custos, baseando-se em mecânica, técnica e dados, para capacitar e sistematizar as empresas quanto à construção de orçamentos de ferramentais. A falta dessa sistematização afeta, ainda, a taxa de conversão em vendas.
Os softwares de gestão, como o Nomus ERP Industrial, são facilitadores de todo o processo de produção e apuração de custos de ferramentais.
Eles auxiliam na visualização plena de todos os processos e fatores incluídos nessa produção, ao contrário das planilhas Excell ou das anotações cálculos feitos à mão, já que estes não possuem confiabilidade de informações, por serem muito mais suscetíveis a erros e duplicidade de dados.
Ao utilizar os softwares, todos os setores e etapas de produção e de venda estarão interligados, automatizando a fluidez das informações dentro da empresa, com isso é muito mais fácil calcular as variações de tributos, por exemplo, e, consequentemente, calcular os descontos possíveis nos produtos.
Essas ferramentas de gestão otimizam e impulsionam, de forma precisa, a circulação de dados, o que impacta diretamente nos resultados da empresa, de forma positiva.
Segundo Dihlmann, “O que importa não é o faturamento, mas sim o que sobra do faturamento. Eu conheço companhias que faturam aí 20 milhões de reais e não tem lucro… Então eu preferia faturar 5 e ter lucro”.
Ou seja, o faturamento é o todo de receita que entra na empresa, incluindo os valores descontados para arcar com as despesas operacionais e o restante de receita – o lucro.
A partir do momento que os resultados da empresa geram lucro, ela pode utilizar esse dinheiro para reinvestir na empresa, a mantendo atualizada diante do mercado, tanto em maquinário, computadores e manutenção das instalações quanto em capacitação dos funcionários, por exemplo, de modo que a produtividade seja impulsionada em todos os ambientes da empresa.
Isso é fundamental para que ela se destaque diante das demais, mantendo o seu nivelamento e concorrência.
São todos os tipos de saída de dinheiro da empresa e se dividem em: Custos, Despesas, Investimentos e Gastos não operacionais.
Sendo que este último tipo se difere dos demais, por não fazer parte dos gastos do negócio da empresa, como pagamento de empréstimos, por exemplo.
Estão diretamente ligados à produção, ou seja, qualquer atividade fim que deixe o produto pronto para a venda.
Se divide em custo fixo e custo variável:
Tudo aquilo que não é envolvido diretamente no produto. São gastos ligados à administração e ao setor comercial da empresa, como os serviços de contabilidade, segurança, alimentação etc.
São valores utilizados para gerar retorno para a empresa, ou seja trazer mais receita, como novas máquinas automatizadas, por exemplo.
São a receita obtida pela empresa através da venda dos seus produtos. Ou seja, a produção que foi convertida em venda.
Podem ser produtos com erro ou vencidos – que precisam ser descartados, como também valores desembolsados para suprir falhas imprevistas ou acidentes.
Segundo Christian, em média, 20% do custo de um ferramental vem de matéria-prima e acessórios. Se há uma variação muito grande no preço desses componentes, é preciso muita cautela ao montar um orçamento para um cliente, porque muitas das vezes, eles não aceitarão um novo cálculo sobre ele.
Caso haja um aumento muito grande no preço das matérias-primas, é necessário para a empresa repassar o preço ao cliente, para que não saia no prejuízo. Portanto, para que essa conversa ocorra de forma amigável, a empresa deve ser sincera com o cliente desde o início quanto à possibilidade de um novo orçamento.
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