Atualizado em 18/01/24 - Escrito por Beatriz Goulart na(s) categoria(s): Custos e Finanças
Qual a definição de goodwill?… O que esse termo representa na contabilidade?… Existe mais de um tipo?
Goodwill é um termo contábil muito importante de ser estudado, já que representa, de modo abrangente, os diferenciais de uma empresa e o que ela entrega de valor.
Esse termo, que pode ser – à primeira vista – um pouco complicado de ser entendido, está diretamente relacionado aos ativos intangíveis das empresas, ou seja, recursos sem valor material, mas que agregam valores abstratos, tão importantes quanto o primeiro.
Neste artigo, vamos analisar e destrinchar o termo goodwill para que você não tenha mais dúvidas!
Vamos lá?
Basicamente, o goodwill é o valor pago na compra de uma empresa, que vai além do seu valor de mercado.
Por exemplo, uma empresa acumula o patrimônio material de R$750 mil, porém ao ser vendida, o comprador pagou por ela R$900 mil, neste caso, o valor pago a mais representa o goodwill – ou seja, ativos intangíveis.
Isso acontece porque, ao longo do seu crescimento, uma empresa acumula mais do que um valor material, formado pelos bens materiais com os quais se mantém fisicamente e investe. Ela reúne também recursos não palpáveis, porém muito valiosos.
Alguns exemplos de goodwill são:
A tradução literal de “goodwill” é “boa vontade”.
Porém, no contexto contábil, o termo significa “patrimônio de marca”.
Veja também: Contabilidade de custos: o que é e qual sua importância
Segundo o site Capital Now, o termo “goodwill” tem origem inglesa, por volta do século 16, já com a definição de “ativo intangível”, como foi falado anteriormente, porém, no contexto dessa época, esse termo era aplicado à venda de terras, em que a sua boa localização agregava mais valor ao terreno.
Porém, hoje em dia, o termo foi incorporado ao mundo corporativo, e ao contábil, e é aplicado à valorização de empresas.
Após entender o que é propriamente o goodwill e qual a sua origem, continue lendo para ver como se deve fazer o seu cálculo.
Ao calcular o goodwill, tanto quem está vendendo a empresa quanto quem a está comprando, podem ter uma noção mais precisa, tendo um maior discernimento, do valor de mercado e do patrimônio imaterial da empresa em questão.
Isso influenciará, principalmente, a pessoa física ou jurídica que está comprando a empresa a mensurar seus prós e contras, assim como o que vale a pena investir e como determinar o orçamento para tais investimentos, entre diversos outros fatores.
Este cálculo pode ser facilitado através da fórmula:
Goodwill = P – (A+L)
Onde compreende-se que:
Ou seja, a soma dos valores justos – ativo e passivo – deve ser subtraída do valor pago pela empresa compradora.
Retomando o exemplo dado no início deste artigo, se o valor pago por uma empresa foi R$900.000, mas o valor patrimonial tangível da empresa (ou valor justo) é de R$750.000, consequentemente o goodwill é, neste caso, R$150.000. Veja:
Goodwill = 900.000 – (750.000)
Goodwill = 150.000
Olhando essa fórmula parece bastante fácil, porém, assim estamos calculando já com valores pré-definidos. A dificuldade real está em chegar a um valor certo para os ativos intangíveis, antes da venda em si, já que o seu valor pode variar de acordo com diferentes pontos de vista. Ou seja, determinar o P – o valor da venda, é bastante complicado.
Respondendo, diretamente, a pergunta apresentada no início do artigo… Sim, existe mais de um tipo de goodwill. Alguns de seus tipos principais foram mencionados ao longo do texto, veja quais são:
A gestão organizacional é um fator de peso no cálculo do goodwill, já que envolve o controle de cada âmbito e setor da empresa.
Sem uma boa gestão organizacional a empresa não cresce, é ela que orienta questões financeiras, tributárias e fiscais da empresa, assim como o controle e relacionamento com os clientes, fornecedores e parceiros, fora o planejamento estratégico que funciona como um guia de todos os movimentos e atividades dos líderes, gestores e colaboradores etc.
É nessa gestão em que se destacam o desenvolvimento dos diferenciais competitivos da empresa, assim como as regras e estratégias a serem seguidas rumo ao crescimento e impulsionamento de resultados da empresa.
Ter uma boa imagem no mercado é fundamental para qualquer empresa, em qualquer nicho.
Para isso, é imprescindível cultivar um bom relacionamento com clientes, investidores, fornecedores e parceiros, pois eles, principalmente, serão os promotores da sua marca, além dos colaboradores internos da sua empresa – com os quais também deve ser mantida uma boa relação.
Respeitar contratos e prazos, entregar produtos de qualidade, ter equipes de atendimento e suporte bem preparadas, são atitudes básicas, porém de extrema importância para cultivar a boa imagem da empresa.
Obter um valor de marca é um processo, muitas das vezes, lento, pois é preciso construir uma relação de confiança com o mercado, tanto clientes quanto com os demais possíveis promotores da marca.
Ter uma marca registrada, consiste em ter uma marca forte, que se tornou ao longo do tempo presente no dia a dia das pessoas, que está sempre “na boca do povo” – focando sempre em ter uma boa imagem e estar presente de forma positiva, pois isso se mostra em peso na hora da escolha da compra de algum produto entre uma marca desconhecida e outra que alguém próximo a você indicou, não é?
Investir em atingir esse valor de marca traz alto retorno financeiro para as empresas.
Investir na capacitação dos colaboradores da empresa, reflete na construção de um capital intelectual rico.
Esse capital consiste no “acúmulo” de competências e habilidades adquiridas pelos colaboradores, gestores e líderes, através de cursos, vivências com clientes, por exemplo, treinamentos etc.
É com o investimento nesse capital intelectual, dentre outros fatores, que as empresas evoluem, se tornam mais produtivas e crescem em ideias e projetos.
Ter um alto número de clientes fidelizados é um ativo fundamental.
Porém, para ser mantido, deve ser tratado com muita cautela, pois ao menor sinal de descumprimento de algum acordo ou entrega de algum produto com má qualidade, essa construção de fidelização pode ser perdida.
Isso se torna ainda mais chamativo, quando pensamos que as pessoas, os consumidores, têm ao alcance da palma da mão canais para expor erros e infidelidades da empresa contratada, seja para um produto ou serviço.
Portanto, a empresa deve sempre se preocupar em atender da melhor forma possível sua clientela.
Neste artigo, você pôde conhecer mais a fundo o conceito de goodwill, entendendo seu cálculo, seus tipos e até mesmo sua origem.
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Cara Senhora Beatriz. O que a senhora chama de goodwill na verdade não é. Até poderia, mas em parte, se considerarmos que é uma das três formas de ágio existente na legislação contábil brasileira (Lei nº 12.973/14, artigo 20). . A primeira é o ágio fundado no valor de mercado nos bens da investida. Em segundo vem o ágio fundado em intangíveis ou outras razões econômicas (a senhora chamou esse tipo de ágio de goodwill, mas não é, isso é Fundo de Comércio). O terceiro, trata-se do ágio fundado em rentabilidade futura futura da empresa (goodwill). Explicando melhor calcula-se o valor da empresa, baseado no conceito de perpetuidade e o valor pago pelo comprador (a maior do que o registrado no Balanço Patrimonial) será registrado na contabilidade como ágio. Essa operação só pode ser feita por um contador. E por que goodwill? Pela razão do comprador ter pago aquele valor a mais de “boa vontade” (goodwill); não havia razão objetiva para ele pagar aquele valor, mas ele quis pagar. Praticamente todas as empresas lucrativas têm Fundo de Comércio, que são os intangíveis, não registrados contabilmente, mas que sabemos que existem. Mas apenas aquelas que pagaram um valor maior do que o registrado na Balanço tem ágio, sendo um deles fundado na rentabilidade futura da empresa. O fundo de Comércio também pode virar ágio, se pago e na contabilidade do comprador.
Bom dia Luis Roberto, muito obrigado pela sua colaboração, vamos analisar o tema para atualizar o artigo.