Atualizado em 17/01/23 - Escrito por Leonardo Souza na(s) categoria(s): Processos e Organização
A Engenharia de Métodos, também denominada de Estudo de Tempos e Movimentos, ou ainda, Estudo de Tempos e Métodos, é uma subárea da Engenharia de Produção, e se propõe a determinar o tempo padrão de determinada atividade, que pode ser a produção de uma peça; ou mesmo um lote de peças, a montagem de um equipamento, o empilhamento de um determinado número de caixas em um palete, etc.
O tempo padrão é o indicador mais importante a ser determinado, pois por meio dele, a empresa executa o balanceamento das operações na linha de montagem, dimensiona sua mão de obra e estabelece seus custos fabris, entre outros aspectos.
De acordo com Tálamo (2016), sua aplicação se ampliou para todas as áreas econômicas, tornando-se um dado fundamental para o planejamento empresarial.
A maneira científica de se medir (tempo) o trabalho se tornou pública em 1911 com a primeira edição do livro Princípios da administração científica, de Frederick Winslow Taylor, onde seu objetivo era padronizar o trabalho e determinar os tempos das operações. Taylor (1978) justificava, assim, a racionalização do trabalho e defendia os seguintes pontos principais, conforme cita Lira (2020):
O conteúdo do livro marcou o processo de gestão das operações e introduziu o estudo de tempos na indústria. Conforme Tálamo (2016), na mesma época, o casal Lillian Moller Gilbreth e Frank Bunker Gilbreth iniciou os estudos de movimentos. Entretanto, ambos os estudos (tempo e movimento) eram aplicados separadamente. Somente a partir de 1930 é que esses dois estudos foram combinados, surgindo o conceito de estudo de tempos e movimentos.
A Engenharia de Métodos se baseia em importantes princípios, técnicas e ferramentas que contribuem para a produtividade, lucratividade e competitividade das empresas.
A disciplina preocupa-se diretamente com a implantação de métodos e com a análise da carga de trabalho, com a finalidade de melhorar o rendimento do trabalho, eliminar toda operação desnecessária de uma atividade produtiva e determinar o tempo padrão; seu objetivo final. Para Peinado (2007), o estudo de tempos, movimentos e métodos, aborda técnicas que submetem a uma detalhada análise cada operação de uma dada tarefa, com o objetivo de eliminar qualquer elemento desnecessário à operação e determinar o melhor e mais eficiente método para executá-la.
Incumbe a esse estudo, promover o treinamento dos colaboradores, a indicação do equipamento e o procedimento de cada operador, a determinação da disposição do material e ferramentas dos postos de trabalho, bem como, a especificação do tempo em que todas as tarefas devem ser realizadas, considerando-se um operador normal na execução das tarefas.
Segundo Barnes (1977), o estudo de movimentos e de tempos é o estudo sistemático dos sistemas de trabalho com os objetivos de:
É certo que a Engenharia de Métodos se constitui de um tema bastante antigo, mas de igual modo, também é certo afirmar que ela continua sendo imprescindível nas organizações, sejam elas industriais ou não. Tal afirmação se justifica pelas seguintes questões:
Além das questões citadas acima, a despeito das inovações tecnológicas (robótica avançada, manufatura digital, simulação de processos e outros), as atividades produtivas ainda continuam tendo a força do homem, como mola propulsora e impulsionadora de ações concretas e resultados. Assim, a Engenharia de Métodos segue sendo estratégica e de grande relevância no cenário competitivo empresarial, uma vez que se encaixa perfeitamente na imensa engrenagem que move os mercados e as empresas da atualidade. Atualmente, seu foco está na redefinição de sistemas e métodos de trabalho e aplicação prática na diversidade de atividades produtivas existentes.
Esse artigo foi escrito por Leonardo de Paula Torres Souza – Consultor em Lean Manufacturing
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