Indústria de Material de Construção: História e Performance Pós Covid


Atualizado em 23/12/21 - Escrito por Paula Moraes na(s) categoria(s): Processos e Organização

Chão de fábrica

Enquanto o mercado imobiliário em conjunto com a construção civil apresenta quadros promissores, a indústria de material de construção segue no lado oposto.

Embora os dois primeiros necessitem dos materiais de construção, a escassez e o aumento do dólar têm cobrado adaptações do setor.

Para sobreviver e superar a expectativa desafiadora, é preciso pensar fora da caixa e buscar métodos e ações de como aumentar as vendas.

Pode-se, por exemplo, pensar em ações de marketing industrial, o uso da internet ao favor, presença nas redes sociais e até mesmo uso de EPR para otimização. 

Pensando nisso, trouxemos um compilado de informações sobre o presente e perspectivas futuras para a área, bem como dicas para contornar a crise. 

Confira!  

História recente da indústria de material de construção?


Historicamente a construção civil tem um grande peso na economia do Brasil. Além de ser um grande indicador do crescimento da economia e do poder aquisitivo da população brasileira. 

O primeiro impacto do setor no Brasil foi nos anos 40, com o então presidente Getúlio Vargas. Nesta época, o governo realizou grandes investimentos para o desenvolvimento do setor. 

Já nos anos 50 e 60, o movimento foi ao contrário: grandes empresas privadas passaram a investir dinheiro e recursos tecnológicos da época.

Com o regime militar nos anos 70, o incentivo financeiro voltou novamente a ser proveniente principalmente do governo. E por fim, mudanças importantes começaram a se desenvolver na década de 1990. 

Isso porque, as construtoras agora voltando a investir na área da construção civil, passaram a dar prioridade também para a mão de obra qualificada dos profissionais da área. 


E atualmente, como está a construção civil? 

O setor está se modernizando com a indústria 4.0. Foi por meio dela que o setor se ampliou em inovações tecnológicas. 

A Indústria 4.0 engloba a automação e tecnologia da informação aplicada à manufatura. Em especial para transformar a matéria-prima em produtos de valor agregado. 

Com a Indústria 4.0 as máquinas conseguem operar sem nenhum fator humano no controle e com isso se tornam mais inteligentes, rápidas e precisas. 

E com esses novos recursos, a indústria de material de construção também evoluiu e se aprimorou. 

Atualmente, existem estruturas com centenas de metros sem risco de queda, condomínios verticais, horizontais, casas construídas em semanas e dentre outras.

Com essa inovação, algumas indústrias de material de construção preferem apenas distribuir sua produção, enquanto outras vão além e gerenciam a própria franquia.

E paralelo ao perfil tradicional, os fabricantes mais engajados das indústrias procuram levar um pouco do seu modelo de gestão e negócio para tais estabelecimentos.

E essas automações tem mostrado bons índices no mercado brasileiro. 

A última edição do Índice Abramat, elaborada pelo FGV-IBRE em Setembro de 2021 pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), mostra que o setor registrou alta de 4,8% no faturamento deflacionado em agosto de 2021 frente aos resultados observados no mesmo mês de 2020.

E com essa tendência otimista, pesquisas apontam que o setor permanecerá em expansão e crescimento para 2022. 

Avanço da indústria de construção no Brasil

A construção civil corresponde ao principal consumidor final, por assim dizer, da indústria de material de construção.

O Brasil, por sua vez, detém espaços urbanos em constante crescimento. Portanto, o país possui bastante demanda nesse sentido.

Berço da construção de Brasília, projetada e feita em 5 anos, o Brasil ainda surpreende com sua capacidade de inovação no setor mundo afora.

Hoje, com o auxílio da tecnologia na construção civil, é possível construir uma cidade em menos tempo ainda, sem desperdício de material e melhor qualidade.

Quanto ao crescimento, a área apresenta expectativa de 4% em 2021, o melhor índice desde 2013.

Além disso, o nível de atividade até junho deste ano, superou a média histórica em quatro pontos. Em conjunto, o bom período também influencia no mercado imobiliário.

O mercado imobiliário iniciou sua melhor fase em 2020 e prossegue em 2021, isso devido à baixa taxa da Selic somada às ótimas condições para investir em um imóvel.

Contudo, a indústria da construção civil, responsável pelo fornecimento do material de construção, foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia.

Como a indústria de material de construção foi afetada pela pandemia

No mundo globalizado em que estamos inseridos, todo o processo para fabricação dos materiais de construção pode até acontecer em qualquer lugar.

Porém, a crise de abastecimento de insumos e materiais, estagnou parte dessa produção – às vezes, vinda de fora do país. 

A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) apurou que a escassez do aço afeta 84% das empresas.

O material, utilizado para fabricar vergalhões, arames e vigas, é importante para construir a base de edifícios e sustentar estruturas em geral.

Insumos como cerâmica e louça, são outros itens com pouca distribuição no momento.

Outro fator determinante é o aumento do dólar, responsável por encarecer os materiais de construção em 34,09% nos últimos 12 meses.

Além desses fatores, a paralisação das obras, a redução da jornada de trabalho e o bloqueio na exportação foram pontos de desafio para a indústria da construção civil.

Todos esses fatores prejudicam a evolução das obras e isso intensificou ainda mais para as empresas menores que não estavam preparadas para lidar com isso e com os impactos financeiros.

As pequenas e médias construtoras e incorporadoras, que não tinham processos digitalizados, foram as que mais sofreram. E elas precisaram se reinventar diante da dificuldade e reparar suas atividades para organizarem um novo modelo de trabalho.

Isso reforça a importância da modernização e digitalização da indústria brasileira.

Que, infelizmente, ainda não tem uma democratização dos recursos – ficando apenas as grandes indústrias a possibilidade de implementações tecnológicas.

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Expectativa de retomada do setor pós covid

O mundo pós covid ainda é incerto. Todavia, se continuar encarecido, haverá necessidade de políticas públicas para aplicar um teto nos preços dos insumos e diminuir impostos de importação.

Porém, este ano já se mostrou promissor para o setor em termos de retorno e recuperação. Tendo em vista o retorno da atividade econômica.

No Brasil pós-pandemia há uma projeção de forte crescimento industrial nos diversos tipos de indústrias e desde a base até a alta tecnologia. 

E esse crescimento se dá pelo investimento de capital externo e pelas multinacionais que estão presentes no território brasileiro. 

Por enquanto, a adoção de estratégias na área logística, diminui o tempo de espera e os custos com transporte. Assim, priorizar fornecedores locais pode ser a melhor saída.

Há regiões onde a construção civil não possui tanta demanda. Contudo, o aumento dos preços afeta todos os lugares.

Outra prática está no adiamento das obras não urgentes. As dicas servem para os consumidores, em especial, as construtoras.

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Conclusão

No período pandêmico da Covid-19, inúmeras áreas do mercado foram afetadas. Com a indústria de material de construção não seria diferente.

Ainda assim, tudo na economia se movimenta. O retorno das atividades econômicas e a recuperação de outros setores será inevitável.

No futuro, as obras adiadas para tempos propícios vão fazer lotar o varejo atrás dos materiais de construção, tão valorizados hoje.

E vale ressaltar que a transformação digital se tornou prioridade para grande parte das construtoras. 

E grandes construtoras têm se envolvido cada vez mais com startups e o setor do empreendedorismo para inovarem cada vez mais rápido e promover agilidade nos processos das indústrias. 

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