Lixo Industrial: como fazer o descarte correto na sua indústria


Atualizado em 20/06/22 - Escrito por Equipe Nomus na(s) categoria(s): Processos e Organização

Chão de fábrica

O lixo industrial é todo o lixo e resíduos oriundos da produção industrial e normalmente é classificado em três classes: perigosos, não inertes e inertes.

A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) foi responsável por sancionar medidas para diminuir o impacto das atividades industriais (entre outras) no meio ambiente. 

A Lei trata sobre crimes ambientais e as penalidades aplicáveis para cada um deles, inclusive o descarte incorreto de resíduos.

Já a Política Nacional de Resíduos Sólidos (nº 12.305/10), também conhecida pela sigla PNRS, é uma lei sancionada em 2010 que regulamenta e tipifica os tipos de lixos e como eles devem ser descartados. 

Dentres o tipos de resíduos abrangidos pela lei estão o industrial, doméstico, eletrônico, entre outros. 

Apesar de toda a regulamentação, apenas cerca de 13% dos resíduos industriais são reciclados no Brasil. É o que aponta um levantamento feito pelo Departamento de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente no ano passado. 

Essa baixa porcentagem representa não só um perigo para o nosso meio ambiente, mas também o risco de punições judiciais para o seu negócio. 

Continue lendo para saber como manter a sua empresa dentro das leis ambientais e, assim, proteger a saúde de seus funcionários, da sociedade e da indústria. 

Os tipos de lixo industrial 

A primeira coisa a se fazer é identificar os tipos de lixos. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), separa, por meio da norma NBR 10.004, as três classes de resíduos. 

Cada uma delas é determinada com base nas suas reações. Observe:

Classe 1: Perigosos 

São considerados resíduos classe 1 aqueles que são contaminantes e tóxicos. Resíduos desta classe podem causar sérios riscos à saúde a quem for exposto a eles, tornando-os perigosos. 

Por esse motivo, eles necessitam de instalações próprias para o seu descarte. Uma opção é contar com aterros industriais, desde que eles sejam impermeabilizados por mantas, além de contar com várias camadas de proteção para evitar vazamentos. 

Alguns exemplos de lixos classe 1 são:

  • Borras de tinta;
  • Óleos lubrificantes;
  • Graxas. 

Classe 2: Não inertes 

Os resíduos classe 2 são tidos como possíveis contaminantes. Por isso, podem representar riscos para a saúde humana ou do meio ambiente. 

Sendo assim, eles recebem o mesmo tratamento dos lixos classe 1 e costumam ser descartados em aterros industriais impermeáveis também. 

Alguns exemplos de resíduos classe 2 são:

  • Fibras de vidro;
  • Lodos de filtros;
  • Poliuretano (presente em espumas, adesivos, vedações, carpetes, entre outros);
  • Lixas;
  • Gessos;
  • Entre outros.

Classe 3: Inertes 

Os lixos de classe 3, também conhecidos como 2B, não contaminam a água e ambiente quando despejados. 

Entretanto, eles não se degradam facilmente na natureza. Em contrapartida, muitos desses resíduos são recicláveis e, portanto, podem ser reutilizados. 

Alguns exemplos de lixo classe 3 são:

  • Sucata de ferro;
  • Sucata de aço;
  • Entulhos.

Mas, afinal, de que forma o lixo industrial pode ser descartado?

Agora que você já sabe categorizar os resíduos produzidos pela sua empresa chegou a hora de conhecer alguns métodos de descarte. 

Depois disso não há mais desculpas para o despejo de lixos líquidos nos rios e mares, o uso de chaminés que liberam gases livremente no ar, além do amontoamento do lixo sólido em depósitos. 

Coprocessamento

O coprocessamento transforma alguns resíduos em combustível para fornos industriais usados na produção de cimentos.

Basicamente, os resíduos – provenientes de diversas indústrias – que requerem altas temperaturas para serem fabricados  são processados e distribuídos em fornos que transformam argila e calcário em clínquer. 

Outra vantagem do coprocessamento é que ele não gera gases poluentes. 

Incineração 

A incineração é indicada para lixos classe 1, pois é um método eficiente para descartar resíduos corrosivos, reativos, tóxicos, inflamáveis e patogênicos. 

As altas temperaturas giram em torno de 900 C° e 1250 C°, o que permite a quebra orgânica dos resíduos. Por esse motivo, o risco de contaminação do material é reduzido. 

Aterramento

Como dito anteriormente, esse método é indicado para lixos class 1 e 2. A criação de aterros industriais é determinada pelos municípios, que destina áreas próprias para esse fim. 

Reciclagem 

A reciclagem é indicada para lixos classe 3, pois eles não são contaminantes. 

Nesse caso, as indústrias podem fazer parcerias com cooperativas que irão recolhê-los e dar um novo destino a eles. 

Outra possibilidade é encontrar novas formas de reutilizar esses resíduos dentro da própria empresa. Dessa forma, a reciclagem pode gerar lucro e a otimização de alguns processos

Conclusão 

Os métodos de descarte listados acima são alguns exemplos, existem no mercado industrial outras alternativas. 

É importante ressaltar também que, assim como quase tudo no mercado industrial, o descarte de resíduos é um processo que acompanha a tecnologia, por isso, fique atento aos novos métodos que aparecem a todo momento. 

Além disso, ao contrário do que muitos gestores e donos de empresas pensam, a negligência com o lixo produzido não é uma fonte de lucro, muito pelo contrário. Quando você não dá a ele o destino correto você está prejudicando não só o meio ambiente, mas também a imagem da empresa.

Muitas oportunidades de negócio são deixadas passar, já que empresas preocupadas com o seu impacto ambiental são bem vistas e valorizadas pelo mercado e pela sociedade no geral. 

Exemplo 

Para ilustrar melhor a importância do descarte correto de lixos industriais e os impactos para os negócios vale fazermos duas analogias com a odontologia.

Imagine que você perdeu um dente. O que você faz primeiro? Certamente procura por quanto custa um implante dentário na internet e, a seguir, um profissional capacitado. 

Caso você opte por não fazer o implante dental, , seja por causa do preço ou por que não acha que é uma medida importante, você corre o risco de ter todo o funcionamento da sua boca prejudicada. 

Imagine, agora, um segundo cenário: você não está feliz com os seus dentes e acha que a aparência deles prejudica as sua relação com outras pessoas. 

Por isso, há a necessidade de colocar lente nos dentes. Mesmo assim, você encara esse procedimento como algo caro e supérfluo e opta por não o fazer. 

Acontece que a falta da lente de contato dental é muito mais impactante no seu sorriso e na sua vida do que os gastos com ela. 

Bom, nos dois exemplos pudemos ver que não adianta: a resistência em buscar por soluções para o sorriso causam desconforto e prejudica a nossa vida. 

O mesmo vale para a falta do descarte correto de lixo industrial. Você pode até conseguir manter a sua empresa funcionando, mas a que custo? No mundo em que vivemos hoje deixar de implementar essa área na empresa é sinônimo de prejuízo econômico e social. 

Texto produzido por Estela Lima, redatora da empresa Vue Odonto. 

Nomus ERP Industrial
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Um comentário

  1. weida disse:

    Muito informativo e bem escrito o artigo!!

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