Atualizado em 10/09/24 - Escrito por Adriana Mariano na(s) categoria(s): Manutenção
A Manutenção RCM (Reliability Centered Maintenance – RCM), também conhecida como Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC), é uma metodologia que busca identificar e prevenir falhas a fim de minimizar perdas decorrentes da quebra de equipamentos.
Ao longo dos anos, o aumento da automação trouxe grandes avanços para diversas indústrias. Por outro lado, isso acabou gerando uma forte dependência dos ativos físicos e o número de falhas aumentou consideravelmente em muitas empresas.
Pensando nisso, no final da década de 60, a indústria de companhias aéreas criou a metodologia RCM cujo foco é na manutenção de componentes e sistemas onde a confiabilidade é primordial.
Neste artigo, vamos aprender como a manutenção RCM pode agregar na sua indústria. Confira:
E aí, vamos nessa?
Como disse anteriormente, a Manutenção Centrada em Confiabilidade é uma metodologia que permite identificar falhas e minimizar perdas no processo produtivo. Dessa maneira, a manutenção RCM tem como objetivo garantir o desempenho, a segurança e a preservação do ambiente de forma eficiente e com o melhor custo-benefício .
Além disso, a Manutenção RCM conta com uma abordagem racional e sistêmica, que permite a realização das tarefas referentes à manutenção de forma simples e eficaz em diversas empresas. Assim, essa metodologia busca analisar as funções e padrões de desempenho a fim de aumentar a disponibilidade de recursos e consequentemente aumentar a produção.
Ao aplicar a gestão da manutenção de forma adequada é possível obter diversos benefícios, tais como:
Agora que você já sabe o que a manutenção RCM significa e seus objetivos, vamos aprender como colocar essa metodologia na prática.
De acordo com MOUBRAY (2000) , para desenvolver a metodologia RCM é necessário responder algumas perguntas referentes ao processo produtivo da sua indústria, são elas:
Essas perguntas podem ser respondidas ao longo da implementação da metodologia, que consiste em 7 passos apresentados por KRONER (1999), que são:
O primeiro passo dessa implantação é o planejamento para definir quais ativos serão beneficiados pelo processo RCM. Em seguida, é preciso estimar os recursos necessários para aplicação do processo.
Além disso, é essencial decidir quem, quando e onde se dará a auditoria das análises. Lembre-se que as pessoas envolvidas nessa implantação devem receber o treinamento adequado para assegurar que o processo operacional dos ativos selecionados esteja bem esclarecido.
Outro ponto que deve ser definido durante o planejamento é o desempenho desejado e a capabilidade intrínseca. Ou seja, verificar se o ativo tem capacidade tecnológica para realizar o que o usuário quer que ele faça. Definido isso, o próximo passo é classificar as funções de cada item físico, que podem ser: primárias ou secundárias.
As funções primárias são aquelas que justificam porque o item foi adquirido como de velocidade, quantidade, capacidade de transporte ou armazenagem, qualidade do produto e serviços ao cliente. Já as funções secundárias são elaboradas para que o item faça além das suas funções principais.
É importante ressaltar que, se o desempenho desejado exceder a capacidade do equipamento, nenhuma manutenção será capaz de alcançar o desempenho desejado, ou seja, esses ativos não são qualificados para manutenção.
Uma falha funcional pode ser definida como a incapacidade de cumprir determinada função. Dessa forma, o principal objetivo deste passo é identificar todas as falhas funcionais que podem afetar cada função do processo.
Além disso, as falhas funcionais podem ser classificadas em 4 tipos, que são:
O próximo passo é identificar o modo de falha, ou seja, todos os eventos que causam cada falha funcional. Para isso, é utilizada a técnica FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) que significa Análise de Modos de Falha e Seus Efeitos, que consiste em um conjunto de perguntas que ajudam a identificar as falhas, efeitos e consequências.
Após finalizar a Análise de Modo de Falha e Efeitos – FMEA, defina o tipo de manutenção mais adequada para assegurar que a falha não acontecerá e se acontecer, que os seus efeitos sejam adequadamente tratados. Dessa forma, as tarefas de manutenção podem ser classificadas em:
Veja também: Balanceamento de linha: o que é, quais os passos e exemplos
Depois que as tarefas de manutenção foram identificadas e classificadas, é preciso colocar o plano de manutenção em prática.
Para isso, é recomendado comparar as tarefas estabelecidas no plano de ação com as tarefas que já ocorrem no processo de manutenção. Assim, é possível definir se há necessidade de criar novas tarefas, mudas as que já existem ou até mesmo eliminar as atividades que não agregam valor ao processo.
Após concluir a implantação da manutenção centrada em confiabilidade, deve-se realizar revisões periódicas para verificar se há necessidade de expandir o programa RCM ou realizar alguma alteração a fim de reduzir as falhas, aumentar a qualidade da manutenção e a disponibilidade dos recursos.
Assim, a manutenção RCM tem se tornado uma importante ferramenta de gestão industrial, pois facilita a tomada de decisão e auxilia na redução de custos por meio da identificação e prevenção de falhas que ocorrem no processo produtivo.
Agora que você já sabe os benefícios dessa metodologia, procure realizar ações proativas(com foco na prevenção) e evite ou minimize as ações reativas que procuram resolver as falhas após sua ocorrência. Desse jeito, sua indústria vai aumentar a maximizar a utilização dos recursos e aumentar a produção.
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