15 Matérias-primas inovadoras do Brasil e do mundo que podem mudar sua indústria


Atualizado em 26/09/24 - Escrito por João Pedro na(s) categoria(s): Engenharia de produto

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Existem 15 matérias-primas inovadoras desenvolvidas no Brasil e no mundo afora que todo profissional da indústria deve conhecer. Entre elas, algumas opções se destacam para a construção civil e para a moda, e trouxemos todas elas para esta publicação.

Mesmo que você não queira investir em um novo material hoje, é sempre importante estar atento às movimentações do mercado. Além de ficar um passo à frente da concorrência, você pode se inspirar para desenvolver soluções únicas nos laboratórios da sua empresa.

Selecionei as matérias-primas inovadoras mais interessantes desenvolvidas pela indústria recentemente, tanto de origem em laboratórios brasileiros quanto internacionais. Esta lista será uma boa fonte de informação e inspiração para profissionais da indústria.

Faça uma boa leitura!

Confira os tópicos:

15 Matérias-primas inovadoras do Brasil e do mundo que podem mudar sua indústria

O que são matérias-primas inovadoras?

O objetivo principal de toda a produção humana desde que mundo é mundo é a eficiência, ou seja, produzir mais gastando menos. Com o tempo, outros objetivos foram agregados, como qualidade, ecologia, bem-estar social, responsabilidade com o ser humano etc. 

As matérias-primas inovadoras são todas aquelas que conseguem trazer uma proposta de solução para um ou mais desses objetivos. Normalmente, estão atreladas a fontes sustentáveis e que respeitam a natureza, os animais e os seres humanos, utilizando recursos renováveis.

A descoberta dessas matérias-primas inovadoras está distribuída pelos laboratórios do mundo. No Brasil, em específico, a maior parte vem da Academia, tendo como idealizadores os estudantes, professores e pesquisadores de universidades federais e particulares tradicionais.

Vamos conhecer abaixo algumas dessas matérias-primas, tanto criadas por mentes brasileiras quanto por mentes estrangeiras.

Indústria brasileira: 5 matérias-primas inovadoras usadas

O brasileiro é bastante inventivo e criativo e essas características se refletem no nosso jeito de empreender. É graças a isso que 5 matérias-primas inovadoras começaram a ser usadas por empresários locais que revolucionaram a indústria. Conheça quais são:

Cogumelos viram móveis, luminárias e até urna funerária

A startup brasileira “Mush”, que já conta com participação em grandes ambientes como Casacor, BoomSPDesign e Semana de Design de Milão, expandiu em 2023 sua proposta de móveis feitos de micélio – uma parte dos cogumelos.

Por se tratar de uma matéria-prima biodegradável e resistente, possibilita mobiliar uma casa com produtos que durarão muito tempo e que, quando descartados, voltarão à natureza para o surgimento de mais vida. Entre os objetos já lançados, estão uma luminária, uma urna funerária e uma mesa.

Casca de ovo vira preenchedor dérmico

Preenchimento dérmico é o nome de uma operação estética em que se corrige rugas, cicatrizes e sulco de peles, normalmente utilizando ácido hialurônico e suprindo um mercado global que deve chegar a US$9,4 bilhões até 2028.

Acontece que a startup brasileira BioSmart Nano desenvolveu uma nova versão do produto onde se utiliza casca de ovo para fabricar esse gel preenchedor. O projeto foi desenvolvido com o apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fapesp.

Peixe vira couro sustentável

Yara Coro, startup amazonense com investimento do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), em projeto coordenado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e executado pelo Instituto de Desenvolvimento da Amazônia (Idesam) com apoio da Digiboard, desenvolveu uma tecnologia que transforma pele de peixe em couro.

O conceito conhecido como “Green Leather” (couro verde) se baseia em fabricar o material de forma sustentável em toda cadeia, desde a extração dos insumos até o tratamento do produto final. A Yara salva peles de peixe que seriam descartadas de forma incorreta e que não são de fato consumidas pelo ser humano, tornando a pesca uma prática que rende mais benesses para nossa sociedade e diminuindo o uso de outras origens de couro.

Mandioca (aipim ou macaxeira) vira copo descartável que vira adubo

Já fui mandioca” é uma marca de copos descartáveis de uma empresa que fabrica o objeto a partir de amido dessa raiz, que também recebe os nomes de aipim e macaxeira. É uma forma muito mais saudável para o ambiente de utilizar esse utensílio uma vez que, depois que volta à terra, vira adubo em até 90 dias – inclusive para outros aipins.

Essa tecnologia está sendo desenvolvida há 16 anos e o desafio atual é a produção em larga escala, mas é uma ótima solução para investir. Uma pazinha de café normal, de plástico, tem vida útil de 2 segundos para você mexer o açúcar e depois é descartada no ambiente onde demora centenas de anos para degradar. Se fosse de aipim, seria questão de meses.

Basalto substitui calcário e vira cimento

A Brimstone não é uma empresa brasileira, mas o vice-presidente é, então podemos dizer que boa parte da sua genialidade veio das nossas terras. Marcelo de Oliveira, Paraense, que entrou para a lista de 100 lideranças climáticas mais importantes no mundo dos negócios da revista Time de 2023, é quem traz o gene tupiniquim para a tecnologia.

Sua tecnologia usa rochas calcissilicáticas, como o basalto, no lugar de calcário, eliminando a maior parte das emissões de CO2 do processo tradicional. O trabalho da Brimstone gera óxido de magnésio, que captura o CO2, ajudando a limpar o ar. Esse método pode ser caracterizado como ultra-low carbon ou até mesmo como carbono negativo, conforme a fonte de energia.

Cientistas brasileiros: 5 matérias-primas inovadoras que merecem atenção e investimento

Os brasileiros das Universidades públicas e privadas tradicionais, assim como das instituições estatais e privadas de pesquisa, possuem muito conhecimento e se dedicam à inovação.

É graças a isso que surgem várias descobertas que, infelizmente, ainda não recebem investimento, estatal ou do mercado, para que se transformem em produtos para nossa sociedade. Conheça 5 matérias-primas inovadoras desenvolvidas por estudiosos brasileiros:

Caroço de açaí vira concreto, próteses e carvão

Este material é inovador, mas a notícia é relativamente antiga e aguarda apenas a atenção da indústria. Em 2019, pesquisadores da Universidade da Amazônia (Unama) desenvolveram um concreto que substitui o seixo pelo caroço do açaí in natura.

O material utilizando sementes já existia, mas a inovação desses estudantes utiliza o caroço sem qualquer custo de beneficiamento e ainda surge um material com impermeabilidade bastante eficaz.

Já na Universidade do Estado do Pará (Uepa), foi descoberto o potencial do caroço do açaí para ser utilizado como carvão vegetal com qualidade semelhante ao gerado com eucalipto e com vantagens ecológicas como abordarei mais à frente.

Ainda, em 2012, pesquisadores tanto da Universidade Federal do Pará (UFPA) quanto da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conseguiram transformar a fibra do caroço do açaí em próteses para o corpo humano.

O motivo de usar caroços de açaí ser tão interessante é que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), essa semente é considerada um resíduo industrial.

Considerando que só na Região Metropolitana de Belém se consome 500 mil litros de açaí por dia, o caroço que seria descartado poderia estar sendo usado na sua indústria como matéria-prima de baixo custo, alta eficiência, maior lucratividade e melhores índices de ESG.

Você pode conferir a veracidade desses dados nesta matéria: Cientistas paraenses transformam caroços de açaí em próteses, móveis, concreto e carvão vegetal.

Babosa e batata-doce viram plástico orgânico (bioplástico)

Desta vez, a inovação veio da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), assinada pelo pesquisador José Thomaz de Carvalho, orientado pelo professor Leonardo Duarte da Silva, em uma tese de doutorado.

A pesquisa mostra que é possível desenvolver novas tecnologias, materiais e produtos biodegradáveis a partir de matérias-primas renováveis. Esse pensamento levou os autores do estudo a conseguir produzir plástico biodegradável a partir de Aloe vera (L.), Burm. f. (Babosa) e Ipomoea batatas (L.) (Batata-Doce).

Inclusive, a técnica em si para criar essa matéria-prima inovadora, segundo os autores, é extremamente simples e conhecida há muito tempo. Ao utilizar polímeros naturais, tecnologia orgânica milenar, chegou-se à possibilidade do novo plástico feito a partir de extratos dos vegetais.

Caroço de manga também vira plástico

Edla Maria Bezerra Lima, pesquisadora da Embrapa Alimentos, conseguiu desenvolver um plástico a partir de outra fonte, os caroços de manga, por se tratar de um fruto com alta produção e consumo no Brasil.

Uma vez que há uma grande quantidade de resíduos gerados e que iriam para o lixo, ela começou seu projeto em 2014, e em 2019 sua pesquisa ganhou maior notoriedade. A última publicação de destaque foi em 2021, do artigo “Caracterização por DRX de biocompósitos à base de PLA carregados com resíduos do caroço de manga e nano-organo-montmorilonita.”

Frutas em geral viram filmes biodegradáveis

Iniciado em 2023 e finalizado em 2024, esse projeto da Embrapa desenvolveu possibilidades de filmes biodegradáveis a partir de subprodutos integrais do processamento industrial de uma certa seleção de frutas.

Dessa forma, laranja, maracujá, abacaxi, manga e banana, junto com suas combinações, se transformam em material para embalagem de alimentos com propriedades ativas de grande importância, sendo antioxidantes, absorvedoras de luz ultravioleta – UV e/ou antimicrobianas.

Lodo de esgoto vira material de construção civil

O lodo do esgoto é realmente um material que desejamos descartar, mas alguns cientistas brasileiros estão procurando como dar utilidade para esses resíduos. Por exemplo, na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, pesquisadores descobriram uma forma de utilizar esses resíduos como parte da produção da cerâmica vermelha.

Já na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), outro pesquisador seguiu caminho semelhante. Cassiano Rodrigues Américo, orientado por Carlos Perez Bergmann, desenvolveu e apresentou sua pesquisa “Incorporação de Resíduo Sólido (Lodo de Tratamento de Efluentes) como Matéria-Prima em Massas Cerâmicas”.

Veja também: ERP para indústria de produtos para a construção: sucesso concreto

Mundo afora: 5 matérias-primas inovadoras que mudaram tudo nas últimas décadas

O Brasil é uma grande fonte de criatividade e inspiração, mas o resto do mundo “não vai tão mal”. Brincadeiras e nacionalismo à parte, trouxe 5 matérias-primas inovadoras criadas por empresas de outros países e que são bastante interessantes.

Casca de café vira casa popular

Uma startup colombiana chamada Woodpecker (pica-pau) desenvolveu um novo modelo de moradia popular com matéria-prima de baixo custo que possibilita que pessoas de poucos recursos financeiros ou morando em lugares afastados tenham onde morar. Se trata do uso de resquícios de café, como cascas da semente, que combinados a plástico reciclado se tornam um material de construção sustentável.

Esses insumos normalmente teriam como destino os aterros sanitários e agora podem ter nova utilidade ao auxiliar populares enquanto reduz a quantidade de lixo produzido. Por ser uma start up, investiu no modelo de construção “faça você mesmo” com um sistema de construção leve para casas e escolas em regiões onde não se pode utilizar materiais tradicionais, como tijolo, cimento e concreto.

Lixo seco também vira casa popular

Outra startup colombiana, Conceptos Plásticos, desenvolveu um material de construção 40% mais leve do que os tradicionais que utiliza resíduos de lixo seco para produzir tijolos, vigas e pilares.

Entre as matérias-primas estão garrafas de água, talheres, copos e canudos, assim como outros itens de plástico, que se transformam em tijolos que encaixam como Lego, também reduzindo os custos e uso de matéria prima para fabricação de cimento e concreto.

Cactos viram couro vegano sustentável

Desserto – projeto e startup mexicana – desenvolveu um couro capaz de durar até 10 anos com uso mínimo de água que é fabricado a partir de cactos. A empresa, cuja fazenda é localizada no estado mexicano de Zacatecas e se chama Desserto Farm, aplica um método de produção e colheita que respeita o ciclo de vida da planta, recolhendo o material apenas a cada período de seis a oito meses.

A produção ainda não utiliza nenhum sistema de irrigação ou pesticida, cultivando os cactos apenas à base de água da chuva e minerais do solo, diminuindo também o uso de recursos naturais e financeiros já na fazenda. O material é 100% utilizado, porque o que não vira tecido é vendido como subproduto para a indústria alimentícia.

Borra de café vira copo na Argentina e concreto na Austrália

A borra de café é um resíduo que muitas pessoas jogam fora em seus lares sem saber que tem um grande potencial como matéria-prima para a indústria e, bem, a própria indústria não sabe que pode usar borra de café como matéria prima.

Na Argentina, a empresa Etimo Biomateriales desenvolveu um tipo de copo fabricado a partir de borra de café e que pode ser usado para servir mais café. O material é biodegradável. Ao mesmo tempo, na Austrália, engenheiros da RMIT University estão usando o mesmo material para deixar o concreto 30% mais resistente.

Doritos vira bebida alcóolica nos Estados Unidos – matérias-primas inovadoras em drinks!

A empresa Empirical, liderada por um chef pesquisador e um antropologista (Lars Willians e Mark Emil Hermansen) investem pesado em juntar tradição antiga com ciência de ponta para inovar em bebidas. Durante seus 8 anos, já fermentaram diferentes ingredientes e em 2024 a notícia fica por conta do drink que surge da fermentação do salgadinho Doritos

Apesar de não ser uma matéria-prima que se destaca por sustentabilidade, se você tem uma empresa da indústria alimentícia – mais específica de bebidas – pode deixar a parte ecológica para os processos e pensar nessa inovação da Empirical como uma inspiração para entender que é possível expandir fronteiras na criação de novas bebidas e ganhar a atenção do público com a inovação.

Como inovar em sua indústria com matérias-primas inovadoras

As matérias-primas inovadoras acima já estão sendo utilizadas na indústria ou esperando por empresas que queiram aproveitar as oportunidades, mas muitos podem querer que a inovação venha de dentro. Separei 4 dicas que te ajudarão a inovar em sua indústria.

Invista em pesquisas internas

Financie pesquisas realizadas por seus colaboradores ou contrate diretamente pessoas com conhecimentos e habilidades de pesquisa. É um investimento de médio e longo prazo cujos frutos não são 100% óbvios, mas quando vierem os resultados, se você souber usá-los, deixará sua indústria no topo.

Um bom exemplo de empresa que faz esses investimentos é a Google, que possui um laboratório chamado Google X que existe exclusivamente para inovar. Claro, o orçamento dessa gigante é quase infinito em comparação a muitas outras, mas o caso serve de inspiração.

Valorize cientistas e estudantes locais

O Brasil passa por um fenômeno chamado “fuga de cérebros”, onde diversos estudantes, cientistas e profissionais de grande capacidade e potencial optam por morar no exterior devido à falta de valorização e oportunidades aqui no Brasil.

Em vez de gastar rios de dinheiro trazendo pessoas de fora, procure dentro das universidades brasileiras e no mercado de trabalho local os talentos que podem revolucionar sua produção.

Fique de olho em revistas científicas

As revistas e publicações científicas apontam diversas inovações possíveis, mesmo que de forma não tão clara. Nem sempre estará lá que você pode usar a casca de certa fruta como uma de suas matérias-primas inovadoras, mas terá um artigo falando sobre as propriedades desse item. Com esse conhecimento em mãos, é possível desenvolver produtos. 

Participe de eventos 

Esteja presente ou envie representantes para eventos de apresentação de projetos científicos, como salões de iniciação científica, de tecnologia etc. Se torna uma oportunidade de conhecer tanto as pesquisas quanto os pesquisadores que muitas vezes tem ótimas ideias, mas não sabem ou não conseguem se vender no mercado.

Protegendo e promovendo matérias-primas inovadoras

Se você tiver desenvolvido sua própria matéria-prima inovadora, com certeza vai querer proteger sua criação. Por isso, um dos primeiros passos a se dar quando estiver chegando lá é procurar por um escritório de proteção de propriedade intelectual para patentear suas criações.

O segundo é promover a sua criação. Inovações são ótimas oportunidades de chamar a atenção para sua marca, ganhar a atenção do mercado, até para quando você realmente começar a comercializar produtos com base nessa matéria-prima.

Nesse momento, o que ajudará é criar bons nomes para a versão processada desse material e o que for desenvolvido a partir dele. Acontece que nomear bem uma descoberta científica ou inovação tecnológica ajuda a chamar a atenção do grande público.

Um exemplo disso é o Buraco Negro, que originalmente se chamava Objeto Gravitacionalmente Colapsado e foi renomeado para a divulgação científica utilizando técnicas de naming (criação de nomes de marcas).

Se quiser saber como criar um nome bacana para sua nova matéria-prima inovadora, confira o artigo Como escolher nome de fábrica: passo a passo para se destacar no mercado e garantir seu registro INPI, que oferece muitos conhecimentos técnicos-base para essa escolha.

Veja também: Checklist – Escolhendo nomes de novos produtos e fábricas

Continue inovando com mais informação sobre matérias-primas inovadoras

Inovar é como recombinar peças que já existem, repensá-las e alterá-las conforme estratégia e criatividade. É por isso que conhecimento se torna uma das ferramentas fundamentais para quem quer chegar a matérias-primas inovadoras ou inovação em qualquer âmbito. 

Para seus estudos, você pode contar com o blog industrial da Nomus, onde eu, meus colegas e convidados publicamos artigos com conhecimentos sobre o setor. São peças fundamentais para quem quer melhorar sua gestão e também inovar nas fábricas.

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