Niquelação: o que é, tipos e como fazer


Atualizado em 18/02/25 - Escrito por João Pedro na(s) categoria(s): Produção

Gestão de processos

Niquelação é o processo de cobrir um material, peça ou produto com uma camada de níquel. Esse processo pode ter fins decorativos, de aumento de resistência a corrosão e desgaste, ajustar espessura e tamanho de peças desgastadas, ou até mesmo restauração.

Esse tipo de processamento de material, que tem impacto na qualidade e na estética da peça, é bastante requisitado na indústria. Há variações do processo que são aplicadas conforme a disponibilidade de recursos e finalidade da niquelação.

Por ser um processo que surgiu há, no mínimo, 200 anos atrás e que continua funcionando de forma bem semelhante, se tornou um conhecimento básico para profissionais da área da indústria que operam com metais e materiais semelhantes. Hoje, você vai conhecê-lo melhor.

Faça uma boa leitura!

Niquelação: o que é, tipos e como fazer

O que é niquelação? Para que serve a niquelação?

A niquelação, também conhecida como niquelagem ou niquelização, é o processos de cobrir uma peça, produto ou material com uma camada de níquel. O objetivo desse trabalho é dar mais resistência, modificar a forma e também deixar o item mais bonito.

Esse processo de transformação de materiais é uma versão da galvanoplastia e é semelhante à galvanização. Sua diferença está exatamente no uso do níquel e nas técnicas necessárias para operar com esse metal específico.

Que tipos de indústria usam a niquelação?

Todas as indústrias que operam com materiais metálicos podem se beneficiar da niquelação, a depender da peça e fim do produto. Um exemplo bem próximo das pessoas, no dia a dia, é o dinheiro. Muitas moedas na história foram niqueladas.

Além disso, a niquelação é utilizada em setores como:

  • Automotor: peças como pára-choques e maçanetas podem ser protegidas de corrosão e desgaste, além da melhora na sua estética;
  • Eletroeletrônico: revestir conectores e circuitos elétricos com níquel melhora a capacidade de condução;
  • Aeroespacial: aeronaves revestidas com níquel estão protegidas contra corrosão e atrito;
  • Médico-odontológico: há ganho em resistência e higiene ao se aplicar níquel nos instrumentos cirúrgicos;
  • Entre outros.

Como é o processo de niquelação?

O processo de niquelação pode ser aplicado de diversas formas, conforme o seu tipo. Por isso, para entendimento geral, vou usar de referência a niquelação química. Nessa forma de revestimento com níquel, é realizado o banho no elemento sem passagem de corrente.

  1. Prepare a superfície para remover impurezas, óxidos, graxas e outros contaminantes usando processos como desengraxe químico e decapagem ácida;
  2. Mergulhe a peça em uma solução especial para niquelação, contendo íons de níquel, redutores químicos, e aditivos estabilizadores e catalisadores. Essa solução química deve estar aquecida em temperatura que vai entre 70ºC a 95ºC conforme a sua formulação;
  3. Aguarde a deposição de níquel de forma homogênea sobre a peça, que nesse método alcançará até mesmo áreas internas e superfícies irregulares;
  4. Faça enxágue com água desmineralizada para remover resíduos da solução de niquelação enquanto evita impurezas;
  5. Seque a peça com cuidado para não contaminar;
  6. Aplique os demais tratamentos opcionais, conforme o objetivo;
  7. Faça a inspeção de qualidade da peça (use este checklist de inspeção de chão de fábrica).

Assista ao processo em video oferecido por um professor:

Tipos de Niquelação

A niquelação pode ser realizada de diversas formas, de acordo com seus objetivos e ferramentas disponíveis. Você pode usar produtos químicos, banhos de níquel, eletrochoques e outras técnicas possíveis.

Conheça a lista dos principais tipos de niquelação:

  1. Niquelação autacatalítica – outro nome para o processo de niquelização química, realizado com deposição  não precisa de corrente elétrica;
  2. Niquelação dura – quase o mesmo que niquelação química ou autocatalítica, sendo a diferença no fato de que se usa pirofosfato como agente redutor e resultando em fósforo sendo aplicado na peça e um revestimento mais duro;
  3. Niquelação eletrolítica – responsável por depósitos mais brilhantes, densos e nivelados, onde se dá banho com níquel eletrolítico, ou seja, auxiliado de uma corrente elétrica aplicada por uma barra condutora ligada a uma fonte de corrente contínua;
  4. Niquelação interdifundida – tipo de processo onde o revestimento de níquel passa por uma etapa de difusão térmica para integrar melhor o elemento com o substrato metálico, aumentando a proteção contra corrosão, a aderência e a resistência mecânica;
  5. Niquelação química – o banho de níquel químico, já explicado na parte de como funciona a niquelação, consiste de mergulhar a peça em uma solução de niquelagem para fazer a deposição do elemento;
  6. Niquelação brilhante – versão focada em aumentar resistência, durabilidade e brilho da peça através de deposição eletrolítica ou química. A diferença que garante o resultado mais brilhoso é o uso de aditivos orgânicos no banho eletrolítico.

Diferença entre niquelagem e cromagem

A maior diferença entre niquelar e cromar uma peça, além de qual elemento químico está sendo usado, está no objetivo do processo. Cromar uma peça dá mais resistência e durabilidade, mas menor ductilidade, ou seja mais risco de fissuras sob tensão, em comparação ao processo de niquelar.

Ao mesmo tempo, o níquel oferece aparência que varia de fosca a brilhante, de amarelada a esbranquiçada – bem diferente do cromo, que deixa as peças branco-azuladas brilhantes, com acabamento espelhado.

Ah, e o revestimento de níquel ainda permite mais formatos de acabamento. Os cuidados e a manutenção das peças e acabamentos também variam. Enquanto cromo permite limpeza, o níquel, que é bem mais propenso a ficar manchado.

Por fim, mas não menos importante, o custo de ambos varia conforme o item específico e a qualidade do acabamento, ainda que a niquelação costume ser mais cara pelo custo da matéria-prima.

Conheça outros processos de transformação de materiais

A indústria opera com muitas matérias-primas e formas de processá-las, e um dos meus objetivos como redator deste blog é escrever sobre todos esses processos. Você já consegue ler sobre ao menos 14, que são os seguintes:

  1. Calandragem
  2. Defumação
  3. Extrusão
  4. Fermentação
  5. Fundição
  6. Galvanização
  7. Impressão 3D
  8. Laminação
  9. Niquelação (este artigo)
  10. Pasteurização
  11. Soldagem
  12. Trefilação
  13. Usinagem
  14. Usinagem Não-Convencional

Os artigos acima estão compilados no livro digital Guia de Transformação de Materiais, baixe agora:

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