Atualizado em 23/11/23 - Escrito por Celso Monteiro na(s) categoria(s): ERP / Estratégia / Processos e Organização / Produção
Iniciamos agora a terceira e última parte dessa série de artigos que abordam a troca do sistema ERP das indústrias. No primeiro artigo apresentei os 5 principais motivos (pela minha experiência) que levam uma empresa a acender aquele sinalzinho vermelho para alertar que a solução atual precisa ser modificada.
Veja a matéria completa: Parte 1: 5 principais razões que levam uma indústria a trocar de sistema ERP
No segundo artigo demos algumas orientações dos primeiros passos a serem dados para que a substituição da ferramenta seja feita de forma planejada e pouco traumática, considerando desde o levantamento das opções do mercado até as precauções com as informações registradas no banco de dados do antigo sistema.
Veja a matéria completa: Parte 2: 4 ações que você deve tomar ao trocar seu software ERP
Neste último artigo tentarei elucidar os primeiros passos para iniciar bem o seu novo projeto de implantação, de modo que todo o investimento nessa nova ferramenta proporcione melhores resultados para a sua empresa.
Este é o primeiro passo a ser dado para iniciar o projeto. Na terminologia de Gestão de Projetos, a reunião de abertura é o “kick-off meeting”, onde todos os envolvidos no empreendimento são convidados a participar de uma reunião em que o escopo é apresentado e são divididas as responsabilidades de cada um.
Essa é uma atividade importante pois na negociação comercial do sistema geralmente são envolvidos apenas os gerentes, diretores e donos das empresas. Raramente temos o envolvimento dos demais funcionários nesse estágio justamente por se tratar de algo que envolva negociação de valores e condições de pagamento, logo, o primeiro contato dos funcionários da empresa com o novo fornecedor é dado apenas nessa reunião de abertura.
Durante a reunião é importante definir uma figura importantíssimas para o bom andamento do projeto, que é o Usuário-chave.
A pessoa selecionada para tal “cargo” se tornará responsável por acompanhar todo o projeto de perto, além de participar de todos os treinamentos e de ser o principal multiplicador de conhecimento do software dentro da empresa.
Na reunião de abertura também são decididas a sequência de módulos a serem implantados e a equipe/setor da empresa que precisará ser alocada para cada treinamento de acordo com o assunto a ser tratado no dia.
Por exemplo, imagine que o principal objetivo da empresa seja emitir nota fiscal e logo em seguida controlar seu financeiro. Não precisamos envolver a equipe de produção nesses treinamentos já que, teoricamente, eles não emitem NFe nem controlam os agendamentos financeiros, logo, a alocação dessa equipe para esses treinamentos seria totalmente dispensável.
A reunião de abertura é uma excelente oportunidade de trazer toda a sua equipe para o projeto e assim conquistar a confiança de todos para que a mudança seja feita de forma tranquila e harmoniosa.
O projeto piloto é a etapa de testes que todo projeto de implantação, seja ele para substituir uma ferramenta atual ou implantar “do zero” o primeiro sistema de gestão da empresa.
De acordo com a sequência de módulos a serem implantados, estabelecidos na reunião de abertura, treinamentos são organizados para aplicar as situações reais da empresa ao novo sistema, os quais devem contar com a participação do usuário-chave e dos funcionários do setor que responsável por executar a tarefa que foi programada no treinamento.
Algo que posso afirmar é que todos os meus clientes que hoje estão satisfeitos com o sistema, sem exceções, dedicaram-se a fazer um bom projeto piloto antes de iniciar a etapa de operação da nova ferramenta. Somente com o projeto piloto é que identificamos possíveis melhorias e modelagens que se encaixam melhor às rotinas de trabalho de cada empresa.
Algumas empresas conseguem obter ótimos resultados com o projeto, mesmo sem ter feito esta etapa de testes antes, porém, se você quer garantir o sucesso do seu novo sistema, dedique-se ao projeto piloto com toda vontade. Certamente terá muito pouco retrabalho na operação do programa e rapidamente conseguirão obter os resultados tão esperados.
Esta é uma etapa opcional. Se você não quiser aproveitar os dados registrados no sistema antigo por entender que eles estão “poluídos” , cheios de duplicidade e informações erradas, você pode muito bem cadastrar todos esses dados no novo sistema.
Uma dica é cadastrá-los conforme a necessidade , ou seja, por que eu devo cadastrar um cliente que comprou comigo uma única vez há 3 anos ? Eu não preciso alocar a equipe para registrar todos os clientes sendo que apenas uma parte deles está “ativa” na carteira de pedidos. Foque em cadastrar apenas os que estão mantendo negócio atualmente. À medida que novos clientes aparecerem, basta alimentar o sistema com os dados deles que você terá uma ótima base de dados para trabalhar.
Caso você prefira reaproveitar as tabelas de dados do sistema antigo, é importante apresentar os arquivos que você extraiu para o seu novo fornecedor, que irá lhe orientar a tratar os dados nesse arquivo antes de importar os dados para o novo sistema. Isso se dá pelo fato do nome das colunas serem diferentes de um sistema para o outro.
Apenas para dar um exemplo, imagine uma empresa que quer substituir o seus sistema atual “YYZ” pelo “Nomus ERP Industrial”. No “YYZ”, a coluna que representa o código do produto é a “código_produto_principal”, já no “Nomus ERP Industrial” o código do produto é representado por “nome”.
É importante que antes de importar os dados todos os principais campos sejam identificados (em ambos os sistemas) e que seja realizada essa correspondência entre a forma de chamada de cada um, para que os dados não sejam importados para campos diferentes.
Até esse momento, os dois sistemas precisam rodar em paralelo. Não adianta parar de usar o sistema antigo sem que o novo esteja minimamente configurado e testado para ser englobado à rotina da empresa.
Portanto, voltando ao segundo artigo, é aqui que veremos a importância de somente informar o cancelamento do sistema ao antigo fornecedor quando a empresa estiver bem encaminhada com a ferramenta atual contratada. Se tudo for bem sincronizado, a empresa pagará a última parcela ao antigo fornecedor no momento em que a operação do novo sistema for iniciada.
O prazo para iniciar a operação do sistema é sempre uma pergunta frequente nos projetos e contatos comerciais que eu participo. Em todos os casos eu respondo da mesma forma: Isso vai depender , na maior parte, do empenho que a sua equipe apresentar, na dedicação que o seu usuário-chave tiver com o projeto e na disciplina que os funcionários terão ao executar as tarefas propostas durante o projeto piloto. Esses são os principais fatores que impactam na demora ou rapidez com que o novo sistema seja implantado e colocado em operação.
Portanto, atente-se às orientações que o seu novo fornecedor lhe der, certifique-se que os treinamentos estão sendo bem acompanhados, replicados e que os exercícios propostos sejam feitos conforme combinado. Somente desta maneira o prazo entre a contratação da nova ferramenta e a operação da mesma será encurtado.
É extremamente importante que, depois de implantado o programa e colocado o mesmo em operação, haja um contato frequente entre a sua empresa e o novo fornecedor.
Desta forma você garante o bom relacionamento entre as duas partes e, conforme dito no primeiro artigo, a tão importante manutenção do software (com novas funcionalidades ou melhoria de desempenho) seja garantida.
Caso haja algum ponto de melhoria, faça contato com o fornecedor e tente tratar primeiramente com ele, para que toda essa “dor de cabeça” que é a mudança de sistema não seja algo recorrente na empresa.
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