Atualizado em 27/08/24 - Escrito por João Pedro na(s) categoria(s): Produção
Produtividade de máquinas é uma métrica que relaciona o número de máquinas, o tempo trabalhado e o quanto foi produzido para entender se a produção está suprindo as demandas, sem faltar ou sobrar. Medir e otimizar esse valor é essencial para manter sua indústria a todo vapor.
A fórmula é simples – o que você precisa aprender mesmo é como e quando aplicá-la. Também é importante saber diferenciar produtividade de eficiência, assim como entender o significado de OEE (Overall Equipment Effectiveness) e TPM (Total Productive Maintenance), dois conceitos que se relacionam à produtividade de máquinas.
O controle do maquinário é um aspecto fundamental da gestão industrial. Por isso, escrevi abaixo um artigo 100% dedicado a ajudar você a entender se seus equipamentos atualmente estão ou não funcionando como deveriam. Também, trago sugestões de como aumentar a produção e dicas extras de administração do PCP.
Faça uma boa leitura!
Confira os tópicos:
Como falei anteriormente, produtividade de máquinas é uma métrica para calcular se a produção está satisfazendo as demandas e sem extrapolar as quantidades.
A grande função de uma máquina em uma indústria é produzir. Sendo assim, quanto mais ela fizer, melhor. Você precisa de volume, de velocidade e de qualidade.
A métrica “produtividade de máquinas” serve para avaliar essa capacidade produtiva e entender se o maquinário está funcionando a todo vapor ou se é necessário trocar peças, fazer manutenção, vender ou alugar uma máquina ociosa, atualizar ou simplesmente comprar um novo. Esse número é de grande importância para qualquer profissional de PCP que queira fazer um bom controle de produção.
Inclusive, se torna de alta relevância para filosofias e sistemas de produção, como na hora de aplicar o heijunka do Toyotismo. O valor da métrica produtividade de máquina vem da relação das saídas com as entradas.
Isso significa calcular os produtos sobre o uso de matéria-prima e mão de obra, para descobrir se as peças e as mercadorias fabricadas estão atendendo às demandas dos clientes.
Veremos a fórmula correta mais à frente, mas por ora, vamos mostrar a diferença entre a produtividade e a eficiência de máquinas.
Veja também: ERP para indústria de compressores: sucesso sem freio
Eficiência e produtividade de máquinas são conceitos diferentes. Calcular o quanto uma máquina consegue ser produtiva se refere ao volume de produção, para calcular com que ritmo as peças e mercadorias são fabricadas, almejando atender as demandas dos clientes ou do comércio, caso sua indústria atenda o cliente final.
A eficiência de uma máquina se refere à produção de peças e mercadorias no menor custo possível de recursos, o que significa utilizar de forma otimizada matéria prima, tempo e mão de obra. É uma métrica igualmente importante, mas que serve para outro fim, que é pensar no uso desses recursos.
A fórmula e o cálculo da produtividade de máquina consistem no volume total de peças ou mercadorias dividido pelo tempo em que as máquinas trabalharam.
Isso significa considerar quantas máquinas foram usadas, que dimensão de tempo será calculada (turno, dias, meses, horas semanais), e, finalmente, uma contagem exata de peças e mercadorias produzidas.
A fórmula de cálculo de produtividade de máquinas é:
Produtividade de Máquinas = Total de Peças ou Mercadorias Produzidas / Tempo de Trabalho da Máquina
Vamos considerar uma situação hipotética em que você tem uma usina com 2 máquinas de fabricação de parafusos e quer calcular a produtividade delas durante uma semana específica. Para isso, então, terá que descobrir quanto que elas produziram por hora durante 5 dias úteis.
Considerando que as duas funcionaram 8 horas por dia, 5 dias na semana, cada uma funcionou por 40 horas que, multiplicadas por 2, dão, ao todo, 80h.
Agora, note que essas máquinas, juntas, produziram 800 parafusos por dia cada. Somando as quantidades, foram 1.600 parafusos diários que, multiplicados por 5 dias, resultam em um total de 8 mil parafusos. Colocando esses valores na fórmula, temos:
Produtividade de Máquinas (PDM) = 8 mil parafusos / 80 horas
PDM = 8000/80
PDM = 100 parafusos por hora.
As duas máquinas produzem, juntas, 100 parafusos por hora. Logo, ao dividir por 2, sabemos que cada uma é capaz de produzir 50.
Só que, por mais interessante que essa fórmula e esses dados sejam, existe um método muito melhor para analisar a produtividade das máquinas.
O nome desse método é OEE (Overall equipment effectiveness ou, em português, Eficiência Global do Equipamento) que, quando usado com uma tecnologia avançada de controle de produção, como um ERP industrial, permite chegar a valores muito mais precisos do que se consegue com cálculos mais básicos.
Ele trará a combinação dos resultados de desempenho (velocidade), qualidade (mercadorias e peças dentro do seu padrão qualitativo), tempo, entre outras métricas. Entenda melhor abaixo.
Veja também: Planilha de controle de produção [GRÁTIS]
A sigla OEE vem do inglês para eficiência global do equipamento. Se trata de um indicador chave de desempenho (KPI) para avaliar as máquinas da sua fábrica. O conceito foi criado por Seiichi Nakajima junto ao TPM (Total Productive Maintenance), que veremos mais à frente, e serve para garantir boas práticas produtivas.
Ele utiliza, na verdade, 3 pilares de avaliação que podem ser aplicados individualmente ou em conjunto, chegando a métricas diferentes que, combinadas, trazem informações importantes. São eles:
Cada um tem sua fórmula e a relação entre eles nos dá o OEE. Confira todas as fórmulas abaixo:
Veja aqui um exemplo prático de como calcular o OEE.
Por sua vez, TPM (Total Productive Maintenance, em português Manutenção Produtiva Total) é o nome de uma filosofia de gestão. Serve para aumentar a produtividade de um processo ao reduzir perdas, paradas e falhas através da integração dos setores de manutenção e operação.
A ideia dessa filosofia é fazer uma mudança comportamental na empresa onde todos os profissionais da empresa são envolvidos na manutenção do maquinário. Para isso, todos os operadores serão capacitados e empoderados para realizar manutenções simples durante a operação, evitando problemas mais graves que poderiam gerar paradas no processo produtivo.
Entenda melhor a TPM – Manutenção Produtiva Total.
A produtividade de máquinas, seja a métrica comum ou toda a OEE, podem ser melhoradas com novos hábitos e técnicas. As mudanças comportamentais envolvem tanto o que fazer quanto o que parar de fazer – afinal, muitas indústrias trabalham com metodologias nocivas para a própria produção.
Confira o que fazer e o que não fazer para garantir que suas máquinas produzam mais e conheça ferramentas de controle de produção:
Faça limpeza e manutenção preventiva: manter as máquinas sempre limpas e recebendo manutenção preventiva evita o acontecimento de paradas abruptas.
Melhore o layout do seu chão de fábrica: divida os equipamentos por centro de trabalho e diminua a necessidade de locomoção no chão de fábrica. Isso reduzirá o lead time total e manterá suas máquinas ocupadas por mais tempo.
Planeje sua produção de forma eficiente: o tempo de setup de uma máquina pode consumir boa parte do tempo produtivo da fábrica. Então o ideal é que sua produção tenha um bom planejamento para evitar que a equipe desperdice tempo preparando a máquina para produzir diferentes produtos que poderiam ser fabricados em um outro momento.
Fiscalize cada etapa com o método Jidoka: vindo do Sistema Toyota de Produção, o Jidoka é uma técnica que consiste de acompanhar cada etapa da esteira para encontrar prevenir ou encontrar erros logo onde acontecem, evitando desperdiçar dinheiro e tempo em produtos que irão defeituosos para as mãos do cliente.
Capacite seus colaboradores: Cuide da Segurança do Trabalhador com a CIPAA: a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio é uma obrigação legal das empresas, dependendo do tamanho e quadro de risco, e ter uma funcionando bem evitará descontentamentos e acidentes que podem atrasar ou interromper a produção.
Mantenha sua tecnologia atualizada, tanto física quanto digital: as suas máquinas e sistemas precisam estar atualizados e nos referimos tanto a hardware quanto a software. É assim que você garante equipamentos funcionando na velocidade do mercado ou até à frente dele.
Por exemplo, você deve ser capaz de medir a produtividade das máquinas da sua fábrica com o seu sistema de gestão ERP. Isso porque com essa informação você será capaz de identificar gargalos, oportunidades e conseguirá tomar decisões mais acertadas a respeito de como melhorar seus resultados.
Paradas abruptas: Não interrompa o trabalho das máquinas “do nada”, pois isso quebrará o fluxo e a produtividade cairá rápido. Paradas abruptas inesperadas podem ser consequência de falta de manutenção e até acidentes, causando atrasos nos pedidos de clientes, sobrecarga de trabalho para a equipe e até danos maiores para os colaboradores.
Isolamento de máquinas e processos: tecnologia também é sobre conectar e integrar seu fluxo através de esteiras, correntes e sistemas digitais. A comunicação, o que inclui troca de informações e fluxo de material, é como o óleo e os parafusos que mantêm as engrenagens da sua indústria funcionando.
Utilizar equipamentos e softwares inadequados: optar por máquinas que fazem função similar ao que você precisa, mas não exata, assim como optar por sistemas inadequados (como um ERP de Restaurantes em vez de um ERP Industrial para uma fábrica de doces) levará a erros, atrasos e problemas na produção.
Usar dados para qualquer tomada de decisão em uma empresa é, de forma geral, o melhor a se fazer. Eles dão uma visão concreta do que está acontecendo dentro e fora da fábrica. Medir produtividade de máquinas trará, além de mais controle, benefícios específicos dessa medição.
Ao fazer uma avaliação interna e também o benchmark, medir a produtividade de máquinas permite:
Existem 2 ferramentas essenciais para controlar a produção dos equipamentos da sua fábrica. Ambas possuem níveis diferentes de eficiência, sendo a segunda a opção específica e otimizada para indústrias.
Veja abaixo:
As planilhas eletrônicas do Excel ou Google Planilhas são ferramentas super básicas de gestão como um todo. Não servem apenas para produtividade de máquinas ou indústrias, mas para administrar qualquer aspecto da empresa. Você só precisa encontrar o modelo ideal e adaptar ou criar do zero. Por exemplo:
ERPs, ou sistemas de gestão integrada, são plataformas que centralizam toda a administração da sua empresa em apenas uma plataforma. Quando você tem uma opção criada especificamente para indústrias, certamente encontrará funcionalidades para controlar a produtividade de máquinas. Por exemplo, veja o que o Nomus ERP Industrial oferece em termos de OEE:
Nessa tela de controle de produtividade de máquina (OEE), você consegue extrair informações muito úteis através de funcionalidades como:
Para ver como esse sistema funciona na prática, recomendo que assista uma demonstração completa da ferramenta.
A produtividade de máquinas é só parte dos aspectos importantes para controlar a produção de uma indústria. Gestão de colaboradores, controle de estoque, todo PCP, questões financeiras e tributárias etc.
Manter-se bem informado sobre esse assunto é importante. Por isso, eu e meus colegas da Nomus publicamos periodicamente artigos sobre a gestão da indústria, assim como posts em redes sociais com pílulas de conhecimento. Não perca nenhum conteúdo!
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