Atualizado em 23/08/23 - Escrito por Pedro Parreiras na(s) categoria(s): Custos e Finanças / Engenharia de produto / Estratégia / Processos e Organização / Produção
Nossa série Papo de Produção tem como objetivo tratar de uma maneira eficiente as questões e assuntos relacionados a gestão das indústrias. Desta forma, um leitor do Blog Industrial Nomus entrou em contato pelo nosso canal no Youtube para que tratássemos de uma dúvida. Assim, no artigo de hoje, vamos responder a seguinte dúvida: Setup de máquina deve ser considerado custo de produção do meu produto?
Convidamos você a também entrar em contato no caso de dúvidas no ramo de gestão industrial. Será um prazer ajudar em sua compreensão criando materiais no Papo de Produção.
Vamos comentar um email de um leitor, buscando levar essa dúvida a todos espectadores. A ideia é levar conhecimento a todos. Confira o email na íntegra:
Boa Noite, Thiago
Trabalho em uma empresa metalúrgica, como analista da custos industriais nesta empresa onde eu trabalho vou implantar apontamentos em tempo real de cada operação a ser feito no produto que neste caso temos na empresa cada torno CNC um centro de custo, porem nesta ano ainda não vou conseguir implantar o MES para medir a eficacia global dos equipamentos (OEE) que este OEE consiste basicamente de 3 elementos muitos importante que são eles DISPONIBILIDADE, PERFORMANCE E QUALIDADE.
LEIA MAIS – Como calcular e aumentar a eficiência do chão de fábrica com OEE na prática
o MES – Manufacturing Execution Systems é, em uma tradução, o sistema de execução da manufatura. É um sistema que têm esses apontamentos da produção, podendo ou não ter elementos de automação industrial para coletar dados das máquinas. Essas coletas podem ocorrer apenas com informações de operadores, dependendo de cada caso. De forma geral, são sistemas com foco no gerenciamento das atividades de produção, estabelecendo uma ligação direta entre o planejamento e o chão de fábrica. Os sistemas MES fornecem informações precisas e em tempo real, assim, promovendo a otimização de todas as etapas da produção.
Dentro de disponibilidade se tem 2 tipo de perdas muito importante que são perdas por gestão ( falta de material, falta de operador e falta de programação) e perda não programada ( manutenção, regulagem de maquina, setups, falta de energia), quanto a performance que consiste no total produzido divide pela meta hora de cada peça multiplicada pela meta trabalhada descontando todas as peradas ocorridas no processo, já a qualidade que consiste em quantidade produzida divide pela quantidade de ordem mais a s peças refugadas, por fim multiplica-se todos se tem a eficiência de cada centro de custo, minha pergunta é a seguinte;
- Regulagem de maquinas em alguns casos demora bastante em peças especiais ( 2 a 3hrs).
– No momento em que eu não tenho ainda implantado o MES na empresa pra fins de custo, realmente devo apontar a regulagem de maquina sendo este custo de regulagem entraria no custo do produto ou só apontaria o inicio da operação só depois de regular maquina?
Essa dúvida vai depender muito do quanto se quer de informação em termos de Gestão. Porque, estritamente, não é o preço do produto. Você está refazendo a regulagem ou setup de máquina para produção. Assim, a preparação de máquina não se trata da produção em si. Existem várias técnicas de Lean, que reduzem o tempo de setup, por exemplo.
Podem ser utilizadas ferramentas, gabaritos. São diversos métodos que podem reduzir o setup de máquina, como formas de antecipá-lo, reduzindo o tempo de parada de máquina. É possível aplicar essas técnicas e diminuir o custo do produto.
Existem variações nessa discussão, podendo estar errado quem afirma que é custo do produto ou não. O importante é entender que se trata de um custo de um tempo que o produto não está sofrendo nenhuma transformação. Por mais que você precise preparar a máquina para processar o produto, no caso da usinagem, cortar o metal no torno e para isso é preciso fazer o setup, enquanto isso a peça está parada, sem ser processada. Sendo assim, não se trata de custo.
Já dividi com vocês a minha dissertação de mestrado e farei novamente. na imagem abaixo, temos um modelo de gestão de capacidade. No exemplo, chamo de efetividade do recurso, juntando o CAM-i e o OEE. Confira:
Na imagem não consideramos o tempo de regulagem da máquina como custo do produto. Essa interpretação é algo que deve ser debatido em sua empresa. Considerando de cara como custo do produto, pode ser que você perca o empenho para melhorar a gestão.
Tem um ditado em inglês que diz, que “caixa é fato e custo é opinião”. Tudo que envolve custo tem opinião de pessoas. O mais importante é saber o tipo de tomada de decisão que será feita com a informação, assim como sua origem e saber fazer o cálculo.
Seguindo no email enviado pelo leitor:
– Quais outros paradas de processo entraria no meu custo de produção?
levando em consideração o conceito que o setup não entra como custo do produto, nenhuma parada de máquina deveria entrar também. mas você tem o custo, assim, entrando como custo de problemas.
Esses problemas devem ser tratados de acordo com a sua relevância, primeiro os que ocorrem com mais frequência.
A Gestão de Custos pode mudar o rumo da sua empresa, levando a resultados fantásticos. Essas e outras praticidades podem ser vistas ao assistir uma apresentação do Nomus ERP Industrial, o software de gestão focado em indústrias e desenvolvido por engenheiros de produção.
Olá Thiago boa Noite, tudo bem?
Poderia compartilhar comigo sua dissertação de Mestrado, pois estou fazendo trabalho de conclusão de curso Sobre: TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS.
Desde já agradeço.
att; Luis
Bom dia a todos, voltando para o assunto Setup, caso a empresa venha a optar por considera-lo nos seus custos, de que forma esses números de horas a mais teria impacto no custo final do produto??