Atualizado em 19/12/23 - Escrito por Thiago Leão na(s) categoria(s): Processos e Organização / Produção
SMED é uma sigla para “Single Minute Exchange of Die” e trata-se de um método utilizado para agilizar a operação de setup de uma máquina, que pode reduzir o tempo de carregamento para menos de 10 minutos.
Essa sigla é traduzida como “Troca Rápida de Ferramenta” sendo uma ferramenta avançada utilizada dentro do pilar de melhoria focada no World Class Manufacturing (WCM), mas o seu conceito é simples e traz benefícios inimagináveis para a empresa.
Um exemplo muito usado são as corrida de Fórmula 1, onde durante o Pit Stop um grande grupo de pessoas realiza a troca de pneus em questão de segundos e para o telespectador os movimentos são tão rápidos que muitas vezes parece que as pessoas não fizeram nada. Mas, para o time envolvido no processo, os movimentos foram todos combinados previamente para assegurar um serviço em velocidade recorde. E o SMED se assemelha muito ao trabalho realizado no Pit Stop.
Veja neste artigo como funciona a técnica SMED, quais seus principais benefícios e como aplicar esse conceito dentro da sua própria empresa.
Como mencionamos, o SMED é uma técnica que envolve uma série de boas práticas para reduzir o tempo de setup de uma máquina.
A metodologia surgiu em 1985 pelo engenheiro industrial japonês, Shigeo Shingo. Na época, a ação aplicada por Shingo que ajudou a reduzir o tempo médio dos trabalhos foi a separação das tarefas em dois elementos: internos e externos.
Voltando ao exemplo dos carros de corrida:
Para explicar como a técnica funciona, vamos a um exemplo…
Digamos que a sua empresa possui uma única máquina para desenvolver um mesmo produto de diferentes formatos e tamanhos. Na hora de configurar a máquina, o operador precisa interromper a produção, desligar o equipamento e muitas vezes mexer em peças dentro do ativo. E, detalhe, o mesmo processo precisa ser feito toda vez que for necessário trocar o foco da produção.
Se, ao reativar a máquina, o tempo de carregamento não demorasse tanto, a empresa provavelmente não teria tantos prejuízos. Porém, a demora entre as configurações acaba prejudicando o nível de produtividade e, em alguns casos, até afeta a qualidade dos produtos.
A técnica SMED funciona, portanto, por meio de práticas que ajudam a reduzir o tempo das operações de setup (configuração, instalação, organização, disposição ou regulagem).
São elas:
Por meio dessas práticas, é possível diminuir o tempo de carregamento das máquinas após serem ligadas. Isso ajuda a empresa a aumentar sua capacidade de produção, reduzir desperdícios, simplificar atividades e até prolongar a capacidade dos equipamentos.
O principal benefício da SMED é, sem dúvida, o aumento de produtividade e capacidade das máquinas. No entanto, existe uma série de outras vantagens que também precisam ser listadas neste texto. Abaixo, veja quais são:
Agora que já vimos o que é SMED, como funciona e quais os principais benefícios, veja o passo a passo para aplicar a técnica dentro da sua empresa:
Como está a operação de setup atual da sua empresa? Quais são as atividades realizadas pelo time? Quais são os colaboradores envolvidos? Em que turnos as tarefas estão sendo desempenhadas?
O primeiro passo para aplicar o SMED corretamente consiste em levantar o máximo de informações possível sobre o setup atual.
O ideal é escolher um processo piloto, para começar a aplicar a metodologia. Escolha um setup que seja:
Agora sua equipe precisa entender muito bem como acontece esse setup. Uma dica é filmar o processo de setup acontecer e depois estudar essa filmagem.
Sua equipe deve entender:
O objetivo é fazer uma lista de tudo que é feito junto com o tempo que é preciso em cada etapa.
Depois que tiver todas as informações, é hora de analisar quais são os setups internos e externos e como é possível otimizá-los. Essa etapa também é importante para identificar as atividades que não agregam valor algum para a operação e que podem ser eliminadas.
Sua equipe deve também tentar separar as atividades internas das externas. Sendo assim, verifiquem os processos e perguntem a si mesmos, esse processo poderia ser feito com a máquina em funcionamento?
Se a resposta for sim, categorize esse processo como externo e passe a operá-lo dessa forma, ou seja, realize esses processos com o equipamento funcionando.
Alguns exemplos aqui estão:
Aqui o objetivo é observar o processo de setup pensando em formas de simplificá-lo e agilizá-lo, para assim conseguir reduzir o tempo geral.
Para cada etapa do processo, se pergunte, como eu poderia resolver isso em menos tempo? Como posso simplificar esse processo?
A ideia é passar uma análise que vise o custo benefício da operação. Alguns exemplos de simplificação, são:
O terceiro passo consiste em testar o novo setup para identificar o que está bom ou o que pode ser melhorado. O ideal, nessa etapa, é fazer o teste em diferentes turnos, com diferentes produtos, linhas de produção e colaboradores.
Uma vez que os novos processos de setup são comprovadamente melhores, é o momento de padronizar todas as tarefas e processos para assegurar que, futuramente, tudo será cumprido conforme o planejado e que todos os colaboradores terão conhecimento sobre o que deve ser feito.
A última etapa envolve monitorar a execução do novo setup e os resultados para que a empresa consiga identificar quaisquer falhas e oportunidades de melhorar seus processos internos e externos.
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